Caso do ‘Rei do Lixo’ avança, ameaça União Brasil e pode impactar eleições de 2026; entenda

Da redação

O empresário baiano Marcos Moura, apelidado de “Rei do Lixo” e ocupante de um cargo estratégico no União Brasil, continua a trazer dores de cabeça para o partido. Embora sua libertação em dezembro tenha trazido alívio aos correligionários, que temiam uma possível delação premiada, o caso ganhou um novo capítulo ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A citação do deputado Elmar Nascimento (BA), que possui foro privilegiado, fez com que a investigação fosse elevada a um patamar ainda mais delicado. Segundo líderes políticos, o desdobramento pode abalar profundamente o partido e suas articulações para as eleições de 2026.

Apesar de as investigações ainda estarem em andamento, a previsão é que o processo se estenda ao longo de 2025, com os efeitos mais visíveis nas eleições gerais.

Impacto no partido e nas eleições
Nem Elmar Nascimento nem Antonio de Rueda, presidente do União Brasil, responderam aos questionamentos sobre o caso. Internamente, há grande preocupação de que a investigação da Polícia Federal atinja outros nomes importantes do partido, incluindo deputados, senadores e possíveis candidatos em 2026. Além de prejudicar candidaturas, o cenário enfraqueceria a posição do União Brasil nas negociações para a corrida presidencial.

O partido, que atualmente ocupa três ministérios no governo Lula, planeja lançar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como candidato ao Palácio do Planalto.

Esquema e envolvimento de Marcos Moura
Marcos Moura é acusado de comandar um esquema de desvio de emendas parlamentares envolvendo contratos firmados por prefeituras em estados como Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Moura foi nomeado para o cargo no União Brasil por indicação de ACM Neto, vice-presidente da legenda e ex-prefeito de Salvador. Contudo, Neto não é investigado.

Reflexos no STF e no Senado
Com a chegada do caso ao STF, pode haver um confronto direto entre a Corte e o senador Davi Alcolumbre, membro do União Brasil e cotado para assumir a presidência do Senado em fevereiro. Caso eleito, Alcolumbre terá poder para propor, por exemplo, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos “abusos de poder” do Judiciário. O senador, no entanto, também não se pronunciou sobre o caso.

Conclusão
As investigações sobre o “Rei do Lixo” revelam um cenário de incerteza para o União Brasil. Além de ameaçar os planos eleitorais da sigla, o caso tem potencial para influenciar as disputas políticas em Brasília, ampliando as tensões entre os poderes e moldando os rumos das eleições de 2026. Com informações do Estadão.