Cirurgias por hemorroidas crescem 25% na Bahia; estado já registrou seis mortes desde 2022
Da Redação
O número de internações por hemorroidas na Bahia aumentou 25% nos últimos dois anos, segundo dados do Ministério da Saúde (Datasus). Em 2022, foram 2,5 mil registros. No ano passado, 3.127. Já em 2023, foram 3.197 casos que exigiram suporte hospitalar. Até julho deste ano, o estado soma 1.680 internações.
Embora seja uma condição comum, a doença pode evoluir para situações graves. Desde 2022, seis pessoas morreram em decorrência de complicações, três delas no ano passado, em Caetité, Feira de Santana e Jacobina.
“É realmente muito raro ter óbito por doença hemorroidária. Casos de trombose extensa com necrose podem evoluir desfavoravelmente, complicando com infecção local e, eventualmente, infecções sistêmicas mais graves”, explicou a coloproctologista Jéssica Fraga, do Hospital Santa Izabel, ao Correio.
Especialistas apontam que os hábitos modernos ajudam a impulsionar os casos. Um estudo recente publicado na revista científica Plos One mostrou que usar o celular no banheiro pode elevar em até 46% o risco de desenvolver hemorroidas.
O aumento dos casos têm ocorrido principalmente devido a mudanças dos hábitos alimentares ao longo dos anos e à intensificação do uso de smartphones no banheiro, no momento da evacuação.
Além disso, o estilo de vida atual amplia os fatores de risco, com dieta pobre em fibras, pouca ingestão de água, ganho de peso e sedentarismo.
O tabu em torno do tema também atrapalha a prevenção. Segundo os especialistas, nem todo sangramento anal significa hemorroida e nem todos os casos exigem cirurgia. Apenas cerca de 5% dos pacientes precisarão de intervenção cirúrgica.








