Coluna do MD: Gianni Infantino acerta na Copa do Mundo de Clubes, mas erra no local de disputa

Maycol Douglas
A primeira edição da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, sob gestão do presidente Gianni Infantino, tem sido um verdadeiro sucesso, principalmente no Brasil. Como tantas pessoas falaram ao longo do torneio: “vimos confrontos que antes só eram possíveis no vídeo-game”.
PSG x Botafogo, Fluminense x Borussia Dortmund e Inter de Milão, Palmeiras x Porto, Flamengo x Bayern de Munique foram algumas das principais aventuras que o torneio nos ofereceu. Agora, com a final já marcada entre Chelsea x PSG neste domingo (13), é possível fazer uma análise geral sobre a competição mundial.
De modo geral, o torneio caiu nas graças do público de quem realmente ama o futebol. Já o local de disputa…deixou a desejar. Os Estados Unidos entrou para história como o primeiro país-sede da primeira edição de um torneio que ficará marcado na eternidade, uma verdadeira revolução no maior esporte do mundo, mas não de uma forma positiva.
A escolha dos Estados Unidos em sediar a competição foi anunciada em junho de 2023, dois anos antes da realização do torneio, com um evidente motivo comercial visando a Copa do Mundo (de seleções) do próximo ano, que, além do país norte-americano, será disputado no Canadá e México.
Na teoria, vimos apenas uma tentativa de intensificar o futebol num país em que os esportes mais famosos passam longe de ser o futebol. Na prática, vimos alguns fracassos memoráveis. A partida entre Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul, e Mamelodi Sundowns, da África do Sul, teve um público de apenas 3.412 pessoas — o pior de todo o torneio.
Garanto que se essa competição fosse no Brasil ou em qualquer outro país mais apaixonado por futebol, essa partida teria um grande público, quem sabe até com o estádio lotado. Por mais que fosse um confronto “aleatório” entre sul-coreanos e sul-africanos, a experiência e a vontade de viver algo inédito é o que valeria.
Ainda tivemos outros três confrontos com públicos menores que 10 mil torcedores: Pachuca 1 x 2 Salzburg (5.282), Benfica 6 x 0 Auckland (6.730) e Dortmund 1 x0 Ulsan (8.239). Além disso, perdi as contas de quantos jogos foram paralisados (alguns retomando apenas depois de horas) por conta de possíveis tempestades.
A proteção à vida sempre tem que estar em primeiro lugar em todas as hipóteses e no futebol não é diferente. No Mundial, entretanto, a sensação é que a Fifa poderia adotar outras medidas para a prevenção dos seus espetáculos em caso de tempestades em diversos estádios em todo EUA.
As paralisações renderam críticas de torcedores, treinadores e também jogadores. Além da péssima experiência dentro dos estádios para os torcedores, os atletas perdiam completamente o ritmo de jogo. A Copa do Mundo de Clubes foi um grande acerto de Infantino, o local da primeira disputa, no entanto, foi uma decepção. Mas fica a experiência.