sexta-feira, 18 de julho de 2025

Coluna do MD: Se o Bahia priorizar, Sul-Americana é prato cheio para o clube

Foto: Divulgação/Conmebol

Maycol Douglas

O Bahia disputa, atualmente, quatro competições em seu calendário, uma carga extremamente pesada: Brasileirão, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Sul-Americana. Além disso, no início da temporada, ainda jogou o Campeonato Baiano, torneio que se sagrou campeão, e a Libertadores, onde disputou desde a fase preliminar e foi eliminado na fase de grupos.

Nesta terça-feira (15), o Esquadrão fez sua estreia na Sul-Americana diante do América de Cali, da Colômbia, e empatou por 0x0 na Fonte Nova, pelos playoffs. Ao todo, o técnico Rogério Ceni fez sete alterações em relação ao time titular dos últimos dois jogos e justificou, em entrevista coletiva, a carga excessiva de partidas. Em apenas sete dias, o Tricolor fez três jogos: Fortaleza (Copa do Nordeste), Atlético-MG (Brasileirão) e América de Cali (Sul-Americana).

O grande objetivo do Bahia na temporada é se classificar de forma direta para a próxima edição da Libertadores. A Sul-Americana é uma das possibilidades de conseguir esse feito, já que o título da competição premia o vencedor com essa vaga. Por outro lado, o técnico Rogério Ceni já disse que a prioridade do clube no ano é o Brasileirão, mas isso significa abrir mão da Sula?

Depois da estreia na Sul-Americana, a impressão que ficou é que o clube não deve priorizar a competição como deveria, e eu lamento que seja assim. O assunto, inclusive, acendeu debates nas grandes mídias esportivas. Das equipes que ainda restam no torneio, o Bahia é o time que tem o elenco mais valioso (€ 99,70 milhões), o que comprova que o Esquadrão é um dos fortes favoritos ao título.

A Sul-Americana é um prato cheio para o Bahia. A competição entrega tudo o que o clube deseja e precisa: um título de expressão, uma vaga direta para a Libertadores do próximo ano, muito dinheiro e, de quebra, também a classificação para a Recopa Sul-Americana (o torneio de dois jogos entre os campeões do continente). De modo geral, o título traria prestígio, respeito e grana.

O Bahia investiu pesado em contratações neste ano, justamente pensando nas diversas competições que iria enfrentar nesta temporada. Portanto, o rodízio por Ceni contra os colombianos é totalmente compreensível, principalmente pela pesada carga de jogos nesta volta após a Copa de Clubes. Mas, precisava de tantas alterações?

O caminho do Esquadrão na competição não vai ser fácil. Mas, falando de título grande, quando comparado com as outras competições, a Sula é a mais viável para o Bahia. Todo mundo sabe que o projeto do Grupo City é a longo prazo e não precisa de pressa para o Bahia levantar um caneco de expressão, mas ver essa Sul-Americana com bons olhos não é nenhum exagero. É totalmente possível.

O Brasil vive uma hegemonia na Libertadores; desde 2019, todos os campeões saíram daqui. E por que na Sula é tão diferente? Simples: vários clubes brasileiros não valorizam a competição como deveriam. Neste ano, tivemos o Cruzeiro, que abdicou de jogar alguns jogos na fase de grupos com seriedade e foi eliminado nesta mesma fase, também vimos o Fluminense viajar sem a presença até do técnico Renato Gaúcho.

Veremos como o Bahia sairá no jogo de volta contra o América de Cali já na próxima terça-feira (22), às 21h30, na Colômbia. Caso classifique, avança para as oitavas, onde enfrentará o Fluminense e continuará escrevendo seus capítulos neste torneio que espero ansiosamente para descobrir o final do Esquadrão.

 

 

 

18 de julho de 2025, 12:00

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