Com Dasa e Rede D’Or na Bolsa de Valores, negociação do Hospital da Bahia estaria ocorrendo em sigilo
Da Redação
O anúncio da possível venda do Hospital da Bahia para a Rede D’Or nesta semana agitou o mercado de serviços em saúde em âmbito local e nacional. Embora a Dasa (Diagnósticos América) – administradora da unidade localizada na Avenida Magalhães Neto -, e o maior grupo privado de rede hospitalar do país tenham negado a negociação, por meio de nota divulgada nesta sexta-feira (8), informações de bastidores apontam que as conversas estariam acontecendo sob sigilo.
Isso porque ambas as empresas estão na Bolsa de Valores. A ideia, portanto, é evitar reações no mercado. Em transações envolvendo empresas de capital aberto, rumores e especulações podem desencadear variações abruptas nos preços das ações, o que torna o processo delicado, uma vez que pode afetar investidores.
De acordo com informações obtidas pelo colunista Rodrigo Daniel Silva, do Correio, a Dasa e a D’Or, inclusive, contrataram uma terceira empresa para fazer a ‘valuation’ – isto é, análise do valor justo da unidade de saúde.
Ainda de acordo com o jornalista, segmentos da área avaliam que o Hospital da Bahia, junto com a clínica AMO – especializada em tratamento de câncer – estão estimados em R$ 1 bilhão. A clínica, que também pertence à Dasa, entraria no pacote de venda.
Entretanto, um dos obstáculos apontados é que a compra da unidade de saúde pela Rede D’Or seja barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por monopólio – o órgão vinculado ao governo federal avalia fusões e aquisições entre empresas para garantir que essas operações não comprometam a competitividade do mercado.
Vale lembrar que a Rede D’Or já controla quatro hospitais em Salvador e região: Aliança, São Rafael, Aeroporto e Cardio Pulmonar.
Ainda segundo bastidores do mercado, a gigante Hapvida também estaria de olho em fazer a aquisição do Hospital da Bahia.
Suspensão do Planserv
No início da semana, o Hospital da Bahia suspendeu os atendimentos de urgência e emergência para beneficiários do Planserv. A unidade de saúde informou que está em processo de venda e por isso tomou essa decisão, que passou a valer na última quinta-feira (7).
O hospital teria justificado que um “redimensionamento da unidade” motivou a decisão pela descontinuidade desse tipo de serviço.