Comandante-geral da PM e governador da Bahia se manifestam sobre morte de jovens durante ação policial em Camaçari

Da Redação
O comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, coronel Antônio Carlos Silva Magalhães, comentou na quinta-feira (10) a morte dos jovens Gilson Jardas de Jesus Santos, de 18 anos, e Luan Henrique, de 20, durante uma ação da PM em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A corporação afirma que os dois foram mortos em confronto com policiais, mas a versão é contestada por familiares e testemunhas.
“Nós nos solidarizamos com as famílias e já adotamos medidas investigativas preliminares. Solicitamos o acompanhamento do Ministério Público. Se houve erro, os policiais envolvidos responderão por seus atos. Minha Polícia Militar não é uma polícia de erros, mas de busca constante por acertos”, declarou o comandante-geral.
Os jovens foram mortos na última terça-feira (8). Segundo relato de Maria Silvânia, mãe de Gilson, os dois amigos de infância estavam sentados em frente à casa da família quando foram abordados por uma guarnição policial. Ainda de acordo com a mulher, testemunhas afirmam que os policiais obrigaram os rapazes a entrar no imóvel e, logo depois, foram ouvidos dois disparos. Em seguida, os corpos teriam sido retirados da residência e colocados no porta-malas da viatura. Imagens gravadas por vizinhos mostram parte da ação.
O caso gerou forte repercussão e foi comentado também pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que expressou solidariedade às famílias das vítimas e determinou celeridade na apuração dos fatos. “Pedi ao secretário de Segurança Pública que conduza o caso com agilidade, para que tenhamos, em breve, o resultado de perícias e relatórios e possamos tomar as decisões cabíveis”, disse.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado como “morte por intervenção de agente do Estado” e está sendo acompanhado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). O subsecretário da pasta, Marcel de Oliveira, informou que os policiais envolvidos foram afastados e estão cumprindo funções administrativas. As armas utilizadas na ação foram apreendidas.
Os agentes também não utilizavam câmeras corporais no momento da ocorrência. Em entrevista à TV Bahia, o delegado-geral da Polícia Civil, André Viana, reconheceu a importância da tecnologia na elucidação de casos como esse. “Há um processo em curso para análise da viabilidade e implantação dessas câmeras. Acredito que é necessário ampliar o uso de aparatos tecnológicos que garantam respostas mais claras à sociedade”, afirmou.