Dólar cai pelo segundo dia consecutivo após interferência do Banco Central
Da redação
O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo frente ao real nesta sexta-feira, impulsionado pela atuação do Banco Central, que injetou mais 7 bilhões de dólares no mercado para conter a valorização da moeda norte-americana, e pela conclusão da votação do pacote fiscal do governo no Senado. A desvalorização do dólar no mercado externo também contribuiu para o movimento.
Durante a tarde, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central e a política fiscal foram bem recebidas pelos investidores, reforçando o recuo da moeda. O dólar à vista encerrou o dia com baixa de 0,87%, cotado a 6,0710 reais. No entanto, apesar da queda nos últimos dois dias, a moeda acumulou alta semanal de 0,69%, refletindo a volatilidade e a desconfiança do mercado em relação à política fiscal.
No início da sessão, o Banco Central realizou um leilão à vista, vendendo 3 bilhões de dólares. Posteriormente, a instituição adicionou mais 4 bilhões de dólares em leilões de linha, totalizando 7 bilhões de dólares em intervenções nesta sexta-feira. Com isso, desde a última quinta-feira, o volume de dólares injetado pelo Banco Central no mercado alcançou 27,77 bilhões, em uma tentativa de conter a rápida valorização do dólar frente ao real.
Além das medidas do Banco Central, o avanço do pacote fiscal no Congresso Nacional também ajudou a aliviar as pressões sobre o câmbio. O Senado aprovou nesta sexta-feira o projeto que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo, concluindo a votação das três propostas do ajuste fiscal do governo antes do recesso parlamentar.
Na quinta-feira, os senadores já haviam aprovado outras duas medidas do pacote: a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz despesas obrigatórias do Executivo e um projeto de lei complementar que estabelece limites para o crescimento das despesas públicas. A PEC foi promulgada pelo Congresso na tarde desta sexta-feira. Com informações da Reuters.