Eleição em Camaçari provoca “guerra santa” no plenário da Assembleia Legislativa
Da Redação
A acirrada disputa eleitoral no segundo turno em Camaçari entre os candidatos do PT, Luiz Caetano, e do União Brasil, Flávio Matos, motivou uma “guerra santa” no plenário da Assembleia Legislativa, na sessão desta terça-feira (22). O bate-boca envolveu os deputados Júnior Muniz (PT), Samuel Júnior (Republicanos) e Jurailton Santos (Republicanos). O primeiro apoia Caetano, enquanto os outros dois, ligados às igrejas Assembleia de Deus e Universal do Reino de Deus, respectivamente, estão com o postulante adversário.
Em discurso na tribuna, Júnior Muniz rebateu os ataques feitos pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) a Caetano. Em entrevista a uma rádio de Camaçari, Neto insinuou que o tráfego de drogas apoia a candidatura do petista. Muniz afirmou que o ex-gestor desrespeitou os eleitores de Caetano e, no final da fala, declarou que os evangélicos apoiam o aliado. Presidindo a sessão, Samuel Júnior discordou. “Os evangélicos que eu conheço estão com Flávio”, frisou.
Júnior Muniz pediu um aparte para rebater e disse que “evangélicos de Salvador estão saindo daqui (para Camaçari) pedindo para invadir as igrejas porque lá só está dando 13”, o que deixou Samuel indignado. “O senhor deve lavar a boca. Quem tem costume de invadir igreja é o partido do qual o senhor faz parte”.
“Não vou aceitar, como deputado, que venha aqui falar de igreja. É uma falta de respeito. Essa fala não ajuda seu candidato. Respeite a igreja, rapaz. Não sabe o trabalho que as igrejas fazem”, acrescentou Samuel. “O senhor que começou, dizendo que os evangélicos votam com o 44. Quem faltou com respeito foi Vossa Excelência”, retrucou Júnior Muniz.
Jurailton, que é pastor, também criticou o discurso do colega petista e admitiu que esteve em Camaçari durante a disputa eleitoral. “Mas não pedi que ninguém invadisse as igrejas”.