Ex-diretora de presídio na Bahia é denunciada por facilitar fuga, ligação com facção e relação com detento

Da redação
A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, foi indiciada por facilitar a fuga de 16 presos em dezembro de 2024 e é acusada de corrupção, envolvimento com facções criminosas e de manter um relacionamento amoroso com um dos detentos, Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá. O caso, investigado pelo Ministério Público da Bahia, resultou no indiciamento de outras 17 pessoas, incluindo Wellington Oliveira Sousa, ex-coordenador de segurança da unidade. O processo aponta que a ex-diretora concedia regalias a presos e negligenciou procedimentos de segurança.
Relatos e depoimentos mostram que, durante sua gestão, Joneuma autorizou a entrada irregular de objetos como freezers e ventiladores e permitiu visitas sem inspeção, principalmente para Dadá, apontado como líder de uma facção ligada a grupos do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, a ex-diretora e o detento mantinham encontros frequentes e sigilosos dentro da unidade, com suspeita de envolvimento íntimo, o que teria facilitado a articulação da fuga em massa.
Joneuma, que estava grávida no momento de sua prisão em janeiro, permanece detida no Conjunto Penal de Itabuna com o bebê recém-nascido. Ela nega qualquer envolvimento amoroso com Dadá e afirma ser vítima de armação. Em paralelo, a ex-diretora entrou na Justiça para solicitar auxílio financeiro contra o ex-deputado federal Uldurico Júnior, a quem ela atribui a paternidade da criança. O político, que nega envolvimento, também foi citado por frequentar o presídio sem fiscalização e por possíveis vínculos com líderes de facção.
A investigação revelou que os presos envolvidos na fuga foram estrategicamente colocados na mesma cela e tiveram acesso a ferramentas, como uma furadeira, para abrir o buraco por onde escaparam. As ações de segurança foram negligenciadas e a direção da unidade penal demorou a agir, o que, segundo os relatos, contribuiu para o sucesso da fuga. Até o momento, apenas um dos fugitivos foi recapturado, enquanto outro morreu em confronto.
A Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia afirmou, em nota, que não compactua com privilégios no sistema prisional e que colaborou integralmente com as investigações. Desde maio, agentes da Força Penal Nacional reforçam a segurança no presídio, especialmente após um atentado que teria como alvo o novo diretor da unidade, Jorge Magno Alves. Com informações do G1.