sexta-feira, 18 de julho de 2025

Falta de ministério exclusivo para segurança pública aumenta pressão sobre Lula e expõe fragilidade do governo no tema

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Da redação

Cresce dentro do PT e até no governo a avaliação de que o presidente Lula errou ao não recriar um ministério exclusivo para a Segurança Pública, promessa feita em seu programa de governo. A pasta permanece atrelada ao Ministério da Justiça, que já acumula muitas atribuições. Com a violência aparecendo como principal preocupação dos brasileiros e a popularidade do governo em queda, aliados veem na ausência dessa estrutura uma oportunidade perdida de responder politicamente à pauta da segurança, tradicionalmente dominada pela direita.

Em meio à pressão, o governo apresentou em abril a PEC da Segurança, que propõe a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), define atribuições das guardas municipais e amplia os poderes das polícias Federal e Rodoviária Federal. A proposta, articulada pelo ministro Ricardo Lewandowski, enfrentou resistência na Casa Civil, comandada por Rui Costa, e ainda enfrenta oposição de governadores como Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, que acusam Lula de usar o tema com fins eleitorais.

Apesar do debate sobre a estrutura ministerial, especialistas como o criminalista Pierpaolo Bottini apontam que o foco deveria ser a integração de dados e políticas públicas entre União, Estados e municípios. Para ele, medidas como a criação de um departamento nacional de dados e a aprovação de regras específicas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para a área da segurança seriam mais eficazes do que a simples criação de um novo ministério.

21 de junho de 2025, 10:00

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