Família busca R$ 50 mil para repatriar corpo de estudante africano que cursava Direito na Ufba

Da Redação
A família do estudante guineense Delcio João Lopes Fernandes, morto em Salvador no último dia 19 de junho, ainda enfrenta dificuldades para repatriar o corpo. Vítima de complicações decorrentes de uma hepatite, Delcio estava internado há mais de 40 dias no Hospital Roberto Santos, na capital baiana. Ele cursava mestrado em Direito na Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O corpo segue no Instituto Médico Legal (IML), mas só poderá ser liberado mediante o pagamento de cerca de R$ 50 mil, valor necessário para cobrir o translado e os trâmites funerários. Do total, R$ 35 mil correspondem apenas ao transporte até Guiné-Bissau, país natal do estudante. Outros R$ 15 mil são referentes às passagens e à documentação de um acompanhante no voo.
Amigos e familiares organizaram uma campanha de arrecadação online e conseguiram, até o momento, pouco mais de R$ 21 mil — valor suficiente para cobrir os custos do acompanhante. No entanto, a Ufba, que inicialmente teria sinalizado com apoio financeiro, informou que não poderá custear o translado do corpo.
Segundo Alfa dos Santos, amigo de Delcio e interlocutor da família, a universidade justificou que não há previsão regimental que permita esse tipo de despesa.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) confirmou que o corpo segue sob guarda do Estado. Um acordo entre a Secretaria da Saúde (Sesab) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) garante que ele seja mantido no IML até que a família consiga levantar os recursos necessários. Em casos semelhantes, o prazo médio de permanência de corpos não reclamados é de 30 dias.
Delcio chegou ao Brasil com o sonho de se tornar Ministro da Justiça em Guiné-Bissau. Durante sua estadia em Salvador, contou com o apoio da Pastoral do Migrante, ligada à Arquidiocese da cidade.
A vaquinha para arrecadar o restante do valor necessário segue aberta. Interessados podem contribuir por meio deste link.