quarta-feira, 16 de julho de 2025

Fecomércio-BA avalia que ‘tarifaço’ de Trump provoca perda para ambos os lados

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Da Redação

A Fecomércio BA – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia emitiu nota informando que acompanha “com preocupação os desdobramentos do anúncio do governo norte-americano” quanto à aplicação de uma taxação adicional de 50% sobre as importações originadas do Brasil, com início previsto para o próximo dia 1º de agosto.

A entidade avalia que se trata de uma medida com potencial para impactar de forma significativa as relações comerciais entre os dois países, representando uma perda para ambos os lados, afetando especialmente o comércio e os consumidores.

“Do ponto de vista econômico, a medida revela-se incompreensível, considerando o histórico de desequilíbrio nas relações de troca, tradicionalmente favoráveis aos Estados Unidos, que exportam mais ao Brasil do que importam. Essa distorção de fundamentos cria entraves às negociações, uma vez que não se observa uma condição clara a ser debatida numa mesa de negócios”, comenta o consultor econômico do Sistema Comércio BA, Guilherme Dietze.

Para a entidade,  evidencia-se a influência de motivações ideológicas sobre essa disputa, em detrimento da racionalidade econômica.

“É um equívoco permitir que interesses ideológicos se sobreponham às relações econômicas, sobretudo diante de um histórico de cooperação sólida e respeitosa entre os dois países. Caso a taxação adicional seja efetivada, produtos brasileiros — em especial commodities — poderão perder competitividade no mercado norte-americano. Isso poderá acarretar desinvestimentos e demissões em diversas regiões do país, incluindo a Bahia”, declara o presidente do Sistema Comércio BA, Kelsor Fernandes.

Prejuízos para a Bahia

A Bahia deverá sofrer impactos diretos nas exportações de cacau, derivados de petróleo e pneus — produtos que compõem parcela expressiva da pauta comercial baiana. Ademais, os efeitos da medida se estenderão a médio e longo prazo, pressionando preços e afetando toda a cadeia econômica, com consequente redução de renda e do poder de compra da população.

Ainda há tempo, até o início de agosto, para que a diplomacia e os representantes comerciais de ambos os países busquem uma solução pragmática, desprovida de ideologias. A Fecomércio BA espera que o bom-senso prevaleça e que a proposta de taxação seja revista, como resultado de um esforço diplomático assertivo por parte do Brasil.

Afinal, por trás dessa medida injustificada encontram-se micro, pequenas e médias empresas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia, que sofrerão impactos diretos e indiretos — sem qualquer respaldo técnico ou econômico que justifique tal penalização.

15 de julho de 2025, 12:00

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