Geraldo Júnior retoma com força velho estilo “lero, lero” em debate para se colocar como candidato de Lula e do PT
Da Redação
O último debate antes da eleição de domingo (06) em Salvador, promovido na noite desta quinta-feira (03) pela TV Bahia, foi morno por conta da ausência do favorito na disputa, o prefeito Bruno Reis (União), que tenta a reeleição. Com isso, o confronto se deu apenas entre o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o professor Kleber Rosa (PSOL), que travaram um duelo pelo apoio do presidente Lula (PT), este mais preocupado com a sucessão municipal em São Paulo (SP), além de atacarem a gestão do ausente Bruno.
Bem ao velho estilo “lero, lero” que marca a trajetória política do emedebista e cuja equipe de comunicação da campanha tentou “podar” nas eleições deste ano, Geraldo Júnior repetiu dezenas de vezes que o presidente Lula “é 15 em Salvador”. No terceiro bloco, disse que Lula estava, inclusive, acompanhando o debate pela TV ao lado de outros ministros.
Em dois outros momentos, no terceiro e no quarto blocos, Geraldo Júnior afirmou, ainda, que recebeu, antes do programa, um telefonema do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que desejou sorte e falou sobre obras de mobilidade na capital. O detalhe é que Rui sequer participou presencialmente da campanha em Salvador, priorizando municípios do interior.
Geraldo Júnior também fez rasgados elogios ao governo Jerônimo Rodrigues e ressaltou que chegou ao debate acompanhado do senador Jaques Wagner, apontado como o principal padrinho da candidatura do emedebista. E mais: agradeceu à visita da presidente nacional do PT, deputada federal Gleise Hoffman (PR), à Bahia, embora a dirigente não tenha participado da campanha do vice-governador – ela optou por ir a Feira de Santana, Camaçari, Vitória da Conquista e Lauro de Freitas, onde há postulantes petistas. O exagero dos acenos aos caciques petistas soou artificial e até bajulador demais.
Kleber Rosa tentou desconstruir o discurso do adversário, dissociando Geraldo Júnior da esquerda. Lembrou que o emedebista era aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de Bruno Reis e do ex-prefeito ACM Neto (União) até a eleição de 2022. “Geraldo sustentou a política carlista que comanda a cidade há 12 anos, e é difícil ter legitimidade para fazer as críticas. Tenho que lembrar isso. Mas você tem a esquerda de verdade aqui, que tem projetos para a cidade”, afirmou Kleber no último bloco, o mais agitado do confronto.
O candidato do PSOL afirmou que já está na frente de Geraldo Júnior e que Lula estará ao lado dele no segundo turno, presencialmente. No primeiro turno, o presidente se limitou a gravar um vídeo para a campanha do emedebista. Kleber afirmou ainda que tem uma história mais parecida com a de Lula.
Vale lembrar que, nas últimas semanas, Kleber Rosa recebeu apoios de correntes e lideranças do PT. O governador Jerônimo Rodrigues, que não foi ao debate, já foi alertado da possibilidade de o candidato do PSOL acabar na frente de Geraldo Júnior na corrida eleitoral em Salvador, apesar de as pesquisas demonstrarem até aqui que o emedebista ocupa a segunda posiçao.