Infartos preocupam categoria: 17 taxistas morreram em Salvador desde julho, aponta associação
Da Redação
A morte do taxista Almir Pinto Bahia, de 46 anos, no Aeroporto de Salvador, no último dia 25, escancarou uma realidade alarmante enfrentada pela categoria. Segundo levantamento da Associação Geral dos Taxistas (AGT), pelo menos 17 motoristas morreram por infarto na capital baiana desde julho.
De acordo com informações apuradas pelo Correio, Almir foi encontrado morto dentro do carro em que trabalhava, após colegas estranharem o tempo que o veículo permanecia parado. Os taxistas quebraram o vidro para retirar o corpo, que estava no interior do veículo com o ar-condicionado ligado. Segundo colegas, ele descansava de uma longa jornada de trabalho.
O presidente da AGT, Denis Paim, relatou ao Correio que o motorista enfrentava dificuldades financeiras e estava sobrecarregado. Permissionário, Almir trabalhava com carro alugado e pagava uma taxa diária de R$ 100. “Ele falava que estava um inferno para trabalhar no aeroporto e já vinha chateado, desgostoso, como muitos taxistas que atuam na região. A gente não aguenta tanta pressão, o coração é fraco”, lamentou Paim.
Além da hipertensão arterial, os motoristas sofrem com outros fatores de risco, como obesidade, diabetes, problemas renais e transtornos de saúde mental, incluindo ansiedade e estresse crônico. Segundo Paim, jornadas exaustivas — que podem chegar a 18 horas por dia, muitas vezes sem pausa para alimentação ou descanso — estão entre as principais causas do adoecimento.








