quinta-feira, 28 de março de 2024

Empreender & Inovar: O efeito do blecaute de Zuckerberg e os baianos na Nasa

Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Carlos Macedo

O apagão das redes

A semana começou tensa para quem depende das redes sociais para trabalhar. O apagão de seis horas da última segunda-feira (4) não deu dor de cabeça apenas a Mark Zuckerberg, que perdeu R$6 bilhões do próprio bolso.

Muitos donos de micro e pequenas empresas que dependem de aplicativos como o WhatsApp para fazer suas vendas relataram prejuízo. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que sete em cada dez pequenos negócios atuavam nas redes sociais no início de 2021.

O WhatsApp é utilizado por 84% desses empreendedores, enquanto o Instagram e o Facebook por 50%. A necessidade de estabelecer o contato online com o cliente foi impulsionada pela pandemia, por conta das medidas restritivas.

Na Bahia, uma pesquisa também do Sebrae aponta que 64% dos micro e pequenos negócios no estado passaram a investir mais em presença digital nesse período.

Foto: Emanuel Rodrigo/Divulgação

Baianos conquistam Nasa

A Bahia vai estar representada na etapa mundial do Nasa Space Apps. Um dos três projetos mais bem votados pelos jurados da competição foi desenvolvido por estudantes de Administração da Ufba.

Eles formam a equipe  Voyager2021, que conquistou o terceiro lugar da competição. O grupo desenvolveu um app cujo desafio envolvia drones e satélites para o desenvolvimento urbano. A ideia do app é reunir autoridades e pessoas que possam ajudar ou ser prejudicadas em um desastre de deslizamento para atenuar os danos causados.

A equipe Pindorama ficou em primeiro lugar, com a criação do aplicativo Lapsus – Ibiry, que vai captar informações sobre solo, umidade do ar, inclinação do terreno, tipo de solo e tremores. O app calcula o risco e avisa a prefeitura e os usuários sobre os perigos de deslizamentos.

O segundo lugar foi para a equipe Space4blinds, que desenvolveu um jogo como ferramenta educacional que ensina sobre o espaço a partir da perspectiva das arquiteturas e dos desafios da exploração. Entre as integrantes, está Ana Lima Benta, que é de Camacari e estuda eletrotécnica no Ifba.

O Nasa Space Apps 2021 teve como foco a criação de aplicativos para ajudar populações marginalizadas. Além dos representantes na etapa mundial, a capital baiana também foi a cidade no Brasil que apresentou o maior número de iniciativas. Com 500 projetos apresentados, Salvador ficou à frente de 45 cidades, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação

Inovação não é tecnologia

Autor do livro ”Conveniência é o nome do negócio”, o especialista em inovação Arthur Igreja desmistificou o tema para donos de pequenas empresas durante seminário na Semana Sebrae de Capacitação Empresarial, que segue com programação até esta sexta-feira (8) em mais de 90 municípios baianos e também em formato online.

Na palestra realizada na última terça-feira (5) no Centro de Convenções de Salvador, Arthur Igreja reforçou: “Inovação não é tecnologia, é conseguir atender o consumidor um pouco melhor a cada dia. Não é complexidade, é simplicidade”.

Foto: Dario G. Neto/ASN Bahia

Dia da Micro e Pequena Empresa

Durante esta semana, aliás, foi também celebrado o Dia da Micro e Pequena Empresa. A data de 5 de outubro marca a criação do Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, que abriu caminho para a elaboração de uma legislação específica para esse segmento, que representa 98% de todas os empreendimentos registrados no país.

Os números refletem também a realidade da Bahia. Dados do portal do Simples Nacional apontam que o estado tem hoje 994.692 pequenos negócios, entre microempreendedores individuais, microempresas e pequenas empresas.

Inscrições abertas

A Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (Case) está com inscrições abertas para a sua 8ª edição. Realizado pela Associação Brasileira de Startups, o evento é gratuito e será realizado de forma 100% online, entre os dias 17 e 19 de novembro.

Os organizadores esperam a participação de 30 mil empreendedores de startups de todo o Brasil. Além de apresentar os principais conteúdos e tendências de mercado, o Case realiza também a cerimônia do Startup Awards, que reconhece os principais agentes de inovação do cenário de empreendedorismo e inovação no país. As inscrições podem ser feitas pelo https://case.abstartups.com.br/.

Salvador, capital das startups

E os “startupeiros” estão em número cada vez maior em Salvador, que já é considerada a capital das startups do Norte e Nordeste. Um levantamento realizado em 2019 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups) aponta que a capital baiana passou a ocupar o primeiro lugar entre as cidades do Norte/Nordeste e o oitavo do Brasil em número de startups ativas.

Atualmente, há mais de 200 em atividade. Dois anos antes, em 2017, Salvador era apenas a 18ª colocada no ranking nacional, atrás de cidades como Manaus, Recife e Fortaleza, contabilizando à época 110 startups locais.

Foto: Gabriel Pinheiro/Secti

Coworking no Parque Tecnológico

O Parque Tecnológico da Bahia passou a contar com um espaço de coworking. O Espaço Colaborar foi inaugurado esta semana e já pode ser utilizado pelos empreendedores baianos. Nesse momento, o agendamento de horários está sendo feito pelo e-mail colaborar@parquetecnologico-ba.org.br.

A iniciativa é da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). A unidade conta com apoio do CNPq e será administrado pela Agência de Inovação da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Durante a inauguração, a gerente de Inovação e Empreendedorismo do Parque Tecnológico da Bahia, Rafaela Rodrigues, afirmou que quem trabalha no local está em constante contato com startups, empresas de base tecnológica, instituições de ciência e tecnologia e instituições de ensino. “Aqui, nós temos academia, setor produtivo e governo interagindo para a promoção da ciência, tecnologia e inovação”, concluiu.

Bahia bem na fita

A publicação Valor 1000 incluiu 20 empresas da Bahia entre as mil maiores do Brasil. O ranking tem como indicadores receita líquida, lucro líquido e Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). A Bahia responde por 47,1% da receita líquida das maiores empresas do Nordeste.

A economia do estado responde ainda por 1/3 do PIB da região, 50% do comércio exterior e também lidera a produção industrial. A maior parte das empresas baianas incluídas no ranking é concentrada na produção de commodities e bens intermediários. Dos 20 empreendimentos, apenas quatro estão na área de varejo e serviços.

07 de outubro de 2021, 12:10

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