sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Juros em 15%: Fieb critica Copom e diz que política monetária impõe retrocesso ao país

Foto: Divulgação

Da Redação

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic em 15% ao ano foi duramente criticada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que classificou a medida como “tecnicamente equivocada e economicamente irresponsável”. Em nota enviada ao Toda Bahia, a entidade acusou o BC de ignorar os sinais de desaceleração da inflação e os avanços fiscais do país, travando o crescimento da economia e sufocando o setor produtivo, especialmente a indústria.

Segundo a Fieb, manter uma taxa de juros real superior a 9%, considerada uma das mais altas do mundo, “não se sustenta sob nenhuma ótica racional”. A entidade ressalta que a inflação acumulada em 12 meses está em 5,35% e em trajetória de queda, o que eliminaria a necessidade de uma política monetária tão restritiva. “É uma decisão política que penaliza o trabalho, sufoca a produção e compromete o futuro do país”, diz o comunicado.

A crítica da Fieb também destaca o descompasso do Brasil em relação a outras economias. Enquanto o Federal Reserve, nos Estados Unidos, opera com juros entre 4,25% e 4,50%, e o Banco Central Europeu iniciou um ciclo de cortes, com taxa atualmente em 2,15%, o Brasil permanece preso a uma lógica que, segundo a entidade, compromete a capacidade de reação da economia nacional.

A situação, aponta a Fieb, se agrava diante do novo cenário externo. A decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump de ampliar tarifas de importação contra produtos brasileiros deve afetar diretamente a indústria, especialmente em estados como a Bahia, com forte perfil exportador. Nesse contexto, avalia a federação, o país precisaria de medidas que estimulassem a competitividade e o investimento, não de entraves adicionais.

“A manutenção da Selic em 15% representa um entrave deliberado ao desenvolvimento nacional”, disse a nota. A Fieb cobra do Banco Central uma mudança de rumo imediata e o início urgente de um ciclo de cortes na taxa de juros, como condição essencial para destravar a economia e gerar empregos.

31 de julho de 2025, 14:42

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