Lula decide substituir Nísia na Saúde, e Padilha é o favorito para o cargo

Da Redação

O presidente Lula (PT) decidiu substituir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, como parte da reforma ministerial em discussão no governo. A mudança ocorre após críticas sobre a falta de uma marca forte na gestão da pasta. O nome mais cotado para assumir o cargo é Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e ex-ministro da Saúde no governo Dilma.

A saída de Nísia também responde à pressão do centrão, que busca mais controle sobre o orçamento do ministério. Lula vê no setor uma oportunidade de implementar políticas de grande visibilidade, como o programa Mais Acesso a Especialistas, voltado à redução de filas para exames e consultas.

Apesar da preferência pessoal de Lula por Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde e atual presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a escolha de Padilha é vista como mais viável politicamente. Padilha já tem relação com a equipe da Saúde e possui perfil articulador, o que facilita sua nomeação.

Com a possível ida de Padilha para a Saúde, a articulação política do governo também passará por mudanças. Jaques Wagner, líder do governo no Senado, é cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, mas ponderou que o principal desafio está na Câmara. O petista José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Casa, surge como alternativa por sua proximidade com o centrão.

O centrão, por sua vez, pressiona para emplacar um aliado na SRI. O nome preferido do grupo é Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), braço-direito de Hugo Motta (Republicanos-PB) e aliado de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). No entanto, auxiliares de Lula argumentam que o cargo exige proximidade com o presidente, o que fortalece Guimarães na disputa.

A reforma ministerial pode ser iniciada neste fim de semana, durante a festa de 45 anos do PT, no Rio de Janeiro. Há expectativa de que Gleisi Hoffmann seja anunciada como ministra da Secretaria-Geral da Presidência, marcando sua despedida da presidência do partido.