Lula veta aumento no número de deputados e marca posição contra ampliação de gastos públicos
Da redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou, nesta quarta-feira (16), o projeto aprovado pelo Congresso que aumentaria de 513 para 531 o número de deputados federais a partir da próxima legislatura. A decisão foi motivada pelo impacto fiscal da medida, que poderia gerar um custo adicional superior a R$ 140 milhões por ano, somando os efeitos sobre a Câmara e os Estados. Lula considerou inadequado sancionar um projeto que amplia gastos em meio a um cenário de restrição orçamentária e busca reforçar a posição do governo de que não aceitará passivamente todas as iniciativas do Legislativo.
A decisão ocorre em um momento de tensão entre o Planalto e o Congresso, especialmente após a derrubada de um decreto presidencial sobre o IOF, o que levou o governo a recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Apesar da expectativa de que o Congresso derrube o veto presidencial, Lula optou por marcar posição política, com o objetivo de mostrar independência. Segundo aliados, a medida foi influenciada pela avaliação de que o governo não pode parecer refém do Parlamento, e também foi orientada pela Secretaria de Comunicação para sinalizar firmeza institucional.
Ao mesmo tempo, uma pesquisa da Genial/Quaest mostrou leve recuperação na popularidade de Lula, com aprovação subindo de 40% para 43%, após o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A decisão de vetar o aumento de deputados, embora impopular entre parlamentares, também foi vista como um gesto simbólico de responsabilidade fiscal e política. Lula chegou a considerar se omitir da decisão, deixando a promulgação a cargo do Congresso, mas preferiu assumir o protagonismo e reforçar a narrativa de que o governo busca equilíbrio e responsabilidade. Com informações do Estadão.
