quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

MDB formaliza apoio à reeleição de Adolfo Menezes mirando chapa de 2026

Foto: Divulgação

Da Redação

A direção estadual do MDB divulgou uma nota nas redes sociais reafirmando o apoio do partido à reeleição do deputado Adolfo Menezes (PSD) à presidência da Assembleia Legislativa. Ao reforçar o anúncio em meio ao debate sobre a composição da chapa majoritária da base governista para 2026, a cúpula emedebista busca também, segundo apurou o Toda Bahia nesta segunda-feira (27), fazer mais um gesto de aproximação com os pessedistas.

Segundo a nota de apoio, assinada pelo presidente do MDB da Bahia, Jayme Vieira Lima, a atuação de Adolfo na Assembleia tem sido marcada pelo “diálogo, respeito e liderança na condução dos trabalhos legislativos”, o que tem “garantido estabilidade política e fortalecimento das pautas que promovem o desenvolvimento social e econômico da Bahia”. O texto diz ainda que o presidente defende os “valores democráticos”. Nas entrelinhas, os emedebistas apostam no apoio de Adolfo e das lideranças do PSD para a sigla na vaga de vice na chapa de 2026.

Nas últimas semanas, os irmãos Vieira Lima, que comandam o ninho emedebista no Estado, intensificaram as conversas com o senador Angelo Coronel (PSD), outro que almeja se manter na chapa em 2026. O discurso é o do respeito à prerrogativa da reeleição, que valeria tanto para Coronel e para o atual vice-governador Geraldo Júnior (MDB) quanto para o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o senador Jaques Wagner (PT).

Só que Wagner e outras lideranças do PT passaram a pregar abertamente que Coronel ceda a vaga em 2026 para o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que seria candidato ao Senado com o aval do presidente Lula (PT). A avaliação dos petistas é que essa chapa seria mais competitiva e fortaleceria a candidatura de Jerônimo à reeleição. Além disso, reservadamente parlamentares do PT costumam dizer que Coronel nunca foi fiel ao projeto do partido no plano nacional. Costumava, inclusive, votar com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Lula tem defendido um Senado com mais políticos de esquerda a partir da próxima eleição.

Se Coronel eventualmente perder a vaga, o PSD pode ser contemplado com a vice na chapa de Jerônimo, o que desbancaria o MDB. Por isso, os emedebistas passaram a articular em sintonia com o senador e outras lideranças pessedistas mirando uma atuação conjunta nos bastidores para as próximas eleições, visando também assegurar a candidatura à reeleição de Geraldo Júnior, o que não é uma operação simples, em função da derrota retumbante do emedebista no pleito de 2024 em Salvador.

De acordo com lideranças do MDB ouvidas pelo site, o entendimento do partido é que, se Angelo Coronel romper com o PT para disputar a reeleição em 2026 pela oposição, ele terá que deixar o PSD. “O senador Otto Alencar (presidente do PSD baiano) não acompanharia este movimento. Ele vai se manter fiel a Wagner e ao PT”, disse uma fonte emedebista, reservadamente. “Ou seja, o partido de Coronel pode ser contemplado com a vice, hipótese que queremos enfrentar. Se perdermos, vamos querer uma boa compensação”, acrescentou.

A eleição para a Mesa Diretora da Assembleia se tornou uma espécie de balão de ensaio das eleições de 2026. Isso porque a reeleição de Adolfo Menezes pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), que já deliberou contra a segunda recondução consecutiva de presidentes de Poder Legislativo, o que seria o caso.

Por conta dessa insegurança jurídica, a primeira vice-presidência da Casa se tornou alvo da cobiça tanto de Angelo Coronel quanto do PT. O senador ameaça lançar o herdeiro, o deputado Angelo Coronel Filho (PSD), para disputar o cargo contra o deputado petista Rosemberg Pinto, caso não haja uma mudança no regimento interno da Assembleia que estabeleça a obrigação de o substituto convocar imediatamente uma nova eleição para presidente se Adolfo cair.

27 de janeiro de 2025, 13:35

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