domingo, 4 de maio de 2025

Mesmo ausente em plenário, Binho Galinha registrou presença em todas as sessões da Assembleia após operação policial

Foto: Divulgação

Da Redação

Principal alvo da operação El Patron, da Polícia Federal, realizada no dia 7 de dezembro para combater um grupo miliciano em Feira de Santana, o deputado estadual Binho Galinha (Patriota) registrou presença em todas as sessões ordinárias da Assembleia Legislativa antes do recesso parlamentar, mesmo sem aparecer no plenário da Casa.

Depois da operação, a Assembleia registrou sessões ordinárias nos dias 11, 12, 13, 18, 19 e 20 de dezembro, a última antes do recesso. Embora os trabalhos em plenário tenham início no começo da tarde, Binho Galinha registrou as presenças discretamente sempre pela manhã, entre 8h30 e 10h, junto à Secretaria da Mesa Diretora da Casa. Depois, deixava o prédio principal Legislativo e não comparecia às sessões nem para votar os projetos de interesse do governo Jerônimo Rodrigues (PT), do qual é aliado.

Binho Galinha, cujo principal reduto eleitoral é Feira de Santana, é acusado de liderar o grupo miliciano, que contava também com a participação de policiais militares. Durante a operação, um total de seis pessoas foram presas, entre elas o filho e a esposa do parlamentar (esta de forma domiciliar, com o uso de tornozeleira, por estar grávida). Todos foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia por lavagem de dinheiro, agiotagem, receptação qualificada e jogo do bicho.

Foram cumpridos, no total, dez mandados de prisão preventiva e 35 de busca e apreensão, inclusive na casa e nas fazendas do deputado. A Justiça determinou, ainda, o bloqueio de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de dez propriedades rurais, nove casas, dois apartamentos, além de terrenos e uma sala comercial, num total de 26 imóveis. Houve também a suspensão das atividades econômicas de seis empresas e o pedido de pagamento de multas que ultrapassam os R$ 30 milhões por danos morais coletivos.

Mesmo quando a operação foi noticiada, colegas de Binho Galinha na Assembleia evitaram comentar publicamente o assunto. A Casa encerrou os trabalhos legislativos de 2023 sem sequer instalar o Conselho de Ética para apurar o caso. Não houve, por sinal, nenhum parlamentar a defender a abertura de processo para apurar as acusações. Se não surgirem fatos novos no âmbito judicial, o recesso, que termina em fevereiro, deve beneficiar Binho Galinha, ao menos politicamente.

03 de janeiro de 2024, 17:54

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