Morre aos 84 anos Dick Cheney, ex-vice-presidente dos EUA e um dos principais articuladores da Guerra do Iraque
Da redação
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney morreu aos 84 anos, informou sua família nesta terça-feira (4). Segundo o comunicado, ele faleceu na noite de segunda (3) em decorrência de complicações de pneumonia e problemas cardíacos e vasculares.
Cheney foi uma das figuras mais poderosas e controversas da política norte-americana nas últimas décadas. Vice de George W. Bush entre 2001 e 2009, teve papel decisivo na formulação da chamada “guerra ao terror”, que levou à invasão do Iraque em 2003 sob a alegação — nunca comprovada — de que o país possuía armas de destruição em massa.
Durante o governo Bush, Cheney ampliou a influência do cargo de vice-presidente, atuando com grande autonomia em temas de segurança nacional. Ele entrou em conflito com figuras centrais do gabinete, como Colin Powell e Condoleezza Rice, e foi um dos defensores das chamadas “técnicas aprimoradas de interrogatório” aplicadas a suspeitos de terrorismo — métodos que incluíam afogamento simulado e privação de sono, classificados como tortura por órgãos internacionais e pelo Senado dos EUA.
O republicano também foi um dos principais defensores da expansão dos poderes presidenciais, que, segundo ele, haviam sido enfraquecidos desde o escândalo de Watergate, nos anos 1970.
Nos últimos anos, Cheney rompeu com parte do Partido Republicano ao criticar abertamente o ex-presidente Donald Trump. Em 2024, declarou apoio à democrata Kamala Harris na corrida presidencial, afirmando que Trump “representava a maior ameaça à república norte-americana em 248 anos”.
Sua filha, Liz Cheney, também republicana, ganhou destaque ao liderar a investigação parlamentar sobre a invasão do Capitólio, em 2021, e ao votar pelo impeachment de Trump.
Cheney enfrentou problemas cardíacos crônicos ao longo da vida. Teve o primeiro infarto aos 37 anos e passou por um transplante de coração em 2012.








