segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Morre Arlindo Cruz, ícone do samba, aos 66 anos

Foto: Divulgação

Da Redação

O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz, um dos nomes mais importantes da história do samba, morreu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, aos 66 anos. A informação foi confirmada por sua mulher, Babi Cruz. O artista estava internado desde 25 de março no hospital Barra D’Or, na zona oeste da capital, para tratar uma pneumonia.

Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017, que o deixou com sequelas graves. Desde então, não voltou a cantar ou compor e passou por diversas internações.

Do cavaquinho à consagração

Nascido em 14 de setembro de 1958, no Rio, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu cercado de música. Aos sete anos, ganhou do pai o primeiro cavaquinho; na adolescência, aprendeu violão e estudou teoria musical. No fim dos anos 1970, tornou-se figura constante nas rodas do bloco Cacique de Ramos, berço de uma geração que renovou o samba e deu origem ao chamado “pagode”.

Em 1981, entrou para o grupo Fundo de Quintal, substituindo Almir Guineto no banjo. Foram 12 anos na formação, período em que ajudou a imortalizar clássicos como “Seja Sambista Também” e “O Mapa da Mina”. Paralelamente, tornou-se compositor disputado, com canções gravadas por nomes como Beth Carvalho e Zeca Pagodinho.

Entre 1996 e 2002, fez dupla com Sombrinha, outro ex-Fundo de Quintal, gravando cinco discos.

Um compositor prolífico

Com mais de 550 músicas registradas, segundo seu site oficial, Arlindo é autor de sucessos como “Bagaço de Laranja” e “Dor de Amor” (Zeca Pagodinho) e “Jiló com Pimenta” (Beth Carvalho). Foi também compositor de sambas-enredo vitoriosos do Império Serrano, escola pela qual desfilou como enredo em 2023.

Apelidado de “o sambista perfeito”, título de sua biografia lançada este ano, Arlindo Cruz deixa um legado de virtuosismo no cavaquinho e no banjo, além de uma obra que atravessa gerações.

08 de agosto de 2025, 15:32

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