segunda-feira, 6 de maio de 2024

MPF pede que caso Milton Ribeiro seja enviado ao STF por suspeita de interferência de Bolsonaro

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Da Redação

O MPF (Ministério Público Federal) pediu à Justiça que a investigação sobre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o MPF, existe indício de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter interferido na investigação.

O MPF justifica o pedido com base em interceptações telefônicas de Milton Ribeiro que indicam a possibilidade de vazamento das apurações do caso. Segundo o portal G1, há indícios de que houve vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do Bolsonaro.

“Outrossim, nesta oportunidade, o MPF vem requerer que o auto circunstanciado nº 2/2022, bem como o arquivo de áudio do investigado Milton Ribeiro, que aponta indício de vazamento da operação policial e possível interferência ilícita por parte do residente da República Jair Messias Bolsonaro nas investigações, sejam desentranhados dos autos e remetidos, de maneira apartada e sigilosa, ao Supremo Tribunal Federal”, diz o texto do Ministério Público.

O juiz Renato Boreli, da 15ª Vara de Justiça Federal de Brasília atendeu ao pedido do MPF. No STF, a relatora será a ministra Cármen Lúcia.

Segundo o delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini, o ex-ministro da Educação teria sido informado “supostamente” por meio de uma ligação recebida do presidente da República Jair Bolsonaro. As informações constam em despacho obtido pela TV Globo.

Ribeiro e a filha

O ex-ministro Ribeiro comentou com uma filha, segundo o G1, sobre o presidente Bolsonaro: “Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão… em casa… sabe… é… é muito triste. Bom! Isso pode acontecer, né? Se houver indícios, né?”, afirmou o ministro.

Operação deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (22) resultou na prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e de pastores com influência dentro do MEC. A suspeita é que eles integrem um esquema de liberação de verbas da pasta para projetos em municípios em troca de propina.

Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e demais presos na operação foram soltos na quinta (23), por determinação judicial.

24 de junho de 2022, 17:32

Compartilhe: