Na Bahia, Barroso critica funcionamento das plataformas digitais
Da Redação
Interessado nas revoluções sociais e tecnológicas que ocorrem no mundo, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, criticou o atual modo de funcionamento das plataformas digitais. Para ele, apesar dos benefícios, a internet “abriu avenidas para discursos de ódio”.
“A fala radical, agressiva, grosseira… traz muito mais engajamento do que a fala moderada, racional, a busca pela realidade possível no mundo global. E essas empresas de tecnologia vivem do engajamento, da quantidade de cliques que recebem. Portanto, há um sentido perverso para disseminar o ódio”.
O Portal G1 informa que a declaração foi dada nesta sexta-feira (13) durante a segunda edição do Congresso “Desafios do Poder Judiciário na Contemporaneidade”, realizado em Salvador. O ministro foi o responsável pela palestra magna de encerramento do evento.
Ao comentar a atuação das plataformas durante sua apresentação, ele pontuou que os países enfrentam uma dualidade entre a proteção de direitos constitucionais, como a liberdade de expressão, e o combate à disseminação de fake news, por exemplo.
“Esse é o dilema que as democracias todas estão vivendo, de proteger a liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo tentar impedir que o mundo despenque nesse abismo de inseguridade que nenhum de nós gostaria de viver”.
Barroso não especificou a quais plataformas se refere, mas, semanas atrás, o ministro afirmou que o comportamento do X, antigo Twitter, não é aceitável. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o acesso à rede social foi bloqueado há cerca de duas semanas após o dono da plataforma, Elon Musk, não cumprir a ordem que exigia a nomeação de um representante legal no Brasil. Depois, a Primeira Turma da Corte referendou a sentença de Moraes.
Ao longo de sua participação no congresso, Barroso também falou sobre a atual produtividade dos magistrados em meio ao que chamou de “epidemia de judicialização no Brasil”. Ele destacou ainda alguns projetos de sua gestão à frente do STF, como o uso de ferramentas de inteligência artificial para otimizar procedimentos e a criação de um Exame Nacional da Magistratura. Clique aqui para ler a matéria completa do Portal G1.