sábado, 4 de maio de 2024

Nova etapa do projeto Nascentes do Oeste tem mais de 100 nascentes recuperadas

Foto: Divulgação

Da Redação

O projeto Nascentes do Oeste, liderado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) em parceria com os produtores rurais do Oeste do Estado, está avançando para sua quarta fase. Até o momento, mais de 100 nascentes foram recuperadas, destacando os impactos positivos alcançados até agora pela iniciativa, que atua sob a supervisão do Núcleo de Sustentabilidade da Aiba.

Preservar águas e nascentes para o uso equilibrado dos recursos do meio ambiente é o principal propósito do projeto, que também contempla importantes ações de Educação Ambiental. Os próximos acordos de Cooperação Técnica serão firmados entre a Aiba e as prefeituras de Cotegipe e de Tabocas do Brejo Velho, municípios que serão os próximos destinos a serem contemplados com nascentes e veredas recuperadas.

No município de Cocos, serão recuperadas nascentes da localidade de Cabeceira da Vereda do Jacaré, onde se busca aumentar a produção de água que abastece mais de 80 famílias. A iniciativa, em parceria com a Fazenda Santa Colomba, contará com o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e outras instituições locais.

De acordo com o analista ambiental da Aiba, Artur Ribeiro, “para recuperar as nascentes ou veredas é preciso conhecê-las, e levar esse conhecimento para as pessoas é o papel do Projeto Nascentes do Oeste, que, além disso, busca unir esforços com as prefeituras, comunidades e produtores rurais para a recuperação destes recursos hídricos”.

*Atividades* – As ações mais recentes do projeto foram realizadas nos municípios de Angical, Cristópolis, São Desidério e Formosa do Rio Preto. Diversos métodos são aplicados para revitalização e aumento da vazão de água nas nascentes, baseado no diagnóstico local, como exemplo o Caxambú, método de recuperação que consiste na construção de uma caixa filtrante que recobre a nascente, evitando o assoreamento.

Outro método realizado foi o reflorestamento e início do cercamento das nascentes, executados nas comunidades São João 3, Nego Velho, Lagoa do Bolor e também o reflorestamento da cabeceira da vereda do Limoeiro. Além disso, cada comunidade recebe ações de Educação Ambiental, por meio do ‘Café com Prosa’ na Comunidade de Chaprão e Lagoa do Bolor. Já em Angical, foi iniciado o cercamento da Vereda do Riachão de Seriema e oficina sobre a relação da geologia com a formação de nascentes e veredas, na Escola Municipal Antônio Carlos Magalhães, em Mucambinho.

Em São Desidério, também foi retomada a construção do método caxambu da nascente do povoado de Riacho Grande e feito o cercamento da nascente de Carvalhos. “Há mais de dez anos os moradores mais antigos do povoado utilizavam essa água que chegava até a praça do povoado, e utilizava para beber. E a partir de agora, com a recuperação dessa nascente, essa água irá chegar até a praça de novo. Mostrei o vídeo para moradores de mais de 70 anos e eles se emocionaram por saber que vão poder contar com essa de novo”, revelou Jeová Pereira, morador de Riacho Grande.

Outra ação de Educação Ambiental do projeto que tem tido bastante repercussão é a gravação de programas de rádio e de entrevistas sobre o Nascentes do Oeste, concedidas em rádios locais para intensificar a divulgação.

Em Formosa do Rio Preto, foi realizada oficina de Educação Ambiental na Escola Municipal Olavo Bilac, em Morrinhos e palestras sobre o tema ‘Conhecendo a Geologia de Formosa do Rio Preto e a sua relação com os recursos hídricos’, ministradas nas escolas municipais Joaquim Alexandre e Coração de Jesus.

*Sobre o programa* – Desde 2016, a Aiba e o Programa para Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro) mantêm o projeto Nascentes do Oeste, que tem o apoio de produtores rurais, moradores das comunidades e prefeituras por meio das secretarias de Agricultura, Educação e de Meio Ambiente.

Após a identificação e recuperação da nascente, são aplicados diferentes métodos de recuperação, para evitar ações como o desmatamento das Áreas de Preservação Permanente (APP’s), pisoteio do gado, assoreamento, incêndios florestais, e consequentemente, a degradação das nascentes e veredas no Oeste da Bahia.

O projeto Nascentes do Oeste recebeu em 2020 o reconhecimento nacional da Agência Nacional das Águas (ANA), como enfatiza o diretor executivo da Aiba, Alan Malinski: “É um projeto de extrema importância para a região, pois, além de preservar e recuperar nascentes, tem por trás toda uma questão educativa voltada para as comunidades de entorno dessas nascentes, para que continuem e preservem o trabalho executado”, disse.

22 de abril de 2024, 20:20

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