sábado, 27 de julho de 2024

Operação da Polícia Federal contra Binho Galinha apreendeu cocaína com um dos suspeitos

Foto: Divulgação

Da Redação

Apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público da Bahia como o líder de uma milícia que há mais de dez anos comete uma série de crimes em Feira de Santana, o deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha (Patriota), começou a ser investigado bem antes de assumir o atual mandato como parlamentar e já chegou a ser preso em 2011. As informações são do jornal O Globo.

Nesta quinta-feira, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão na Operação El Patrón, que prendeu ainda seis pessoas que integrariam a quadrilha — incluindo seu filho e sua esposa. Mas como agia essa organização criminosa, segundo as investigações?

De acordo com os promotores, a organização criminosa supostamente liderada por Binho Galinha movimentou mais de R$ 100 milhões em contas bancárias na última década. O dinheiro, segundo a denúncia, era lavado por meio de “empresas constituídas com o intuito de garantir aparência de licitude aos recursos movimentados”. O centro do esquema era a loja de autopeças Tend Tudo, da qual o parlamentar é sócio desde 2006.

As investigações apontam que a Tend Tudo tenha movimentado mais de R$ 40 milhões sem apresentar notas fiscais que justificassem a entrada desses valores. Lá, nesta quinta, policiais federais apreenderam peças advindas de receptação de carros roubados.

A milícia supostamente liderada por Binho contava ainda com a participação de policiais militares, que integravam o braço armado da quadrilha e eram responsáveis por efetuar cobranças, mediante violência e ameaças, de valores indevidos oriundos de jogatinas e empréstimos a juros excessivos.

De acordo com o Ministério Público, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, incluindo estabelecimentos comerciais do deputado, casas e fazendas ligadas a ele. Os agentes apreenderam dinheiro, documentos, armas, munições e até uma mala com pasta de cocaína no endereço de um dos investigados.

Além de outras 14 pessoas, Binho Galinha foi denunciado por crimes como lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada, entre outros, mas não pode ser preso. Isso porque, pelo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), deputados estaduais não podem ser detidos sem julgamento se não houver flagrante de crime inafiançável. No entanto, a PF destacou que, por ter supostamente cometido esses crimes antes de sua diplomação, apesar de ser detentor de foro por prerrogativa de função, ele poderá ser processado e julgado pela justiça de primeiro grau.

Vinte e seis imóveis foram sequestrados pela polícia: dez fazendas, nove casas, quatro terrenos, dois apartamentos, uma sala comercial e 14 veículos. Além disso, seis empresas tiveram atividades econômicas suspeitas e houve um bloqueio de R$200 milhões nas contas bancárias dos investigados.

Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas e seis foram presas. Veja abaixo a relação:

Binho Galinha (deputado estadual, suposto líder da quadrilha, possui foro por prerrogativa de função)
Thierre Figueiredo Silva
Nilma Carvalho Pereira
Ruan Pablo Pereira Carvalho
Alexandre Pereira dos Santos
Washington Martins Silva
Mayana Cerqueira da Silva (esposa de Binho, em prisão domiciliar)
João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano (filho de Binho, preso)
Jorge Vinícius de Souza Santana Piano (suposto operador financeiro, preso)
Jackson Macedo Araújo Júnior (policial, preso)
Vagney dos Santos Aquino
Josenilson Souza da Conceição (policial, preso)
Roque de Jesus Carvalho (policial, preso)
Bruno Borges França
Kleber Herculano de Jesus

09 de dezembro de 2023, 12:33

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