Parlamento Europeu passa a não considerar mais a Hungria como democracia
Da Redação
O Estado de direito na Hungria foi degradado ao ponto de o país se tornar “um regime híbrido de autocracia eleitoral”, destacou uma resolução do Parlamento Europeu aprovada nesta quinta-feira por 433 votos a favor, 123 contra e 28 abstenções.
A longa resolução de 48 páginas “lamenta profundamente que a falta de ação decisiva” da União Europeia (UE) tenha permitido que isso acontecesse na Hungria, país governado desde 2010 pelo nacionalista ultraconservador Viktor Orbán.
O documento também pede às instituições europeias que “prestem mais atenção ao desmantelamento sistêmico do Estado de Direito” no país.
O serviço de imprensa do Parlamento Europeu sublinhou que “a Hungria não pode mais ser considerada uma democracia plena”.
De acordo com a resolução, a Hungria não deve receber fundos para recuperação pós-pandemia se não cumprir as recomendações da UE sobre o Estado de direito e as decisões judiciais.
A UE adotou o chamado Mecanismo de Condicionalidade, pelo qual cada país do bloco só poderia receber recursos para sua recuperação se o respeito ao Estado de Direito fosse verificado internamente.
Em julho, a ministra da Inclusão Social da Hungria pediu demissão depois de um discurso do primeiro-ministro Viktor Orbán que ela classificou como nazista. Ao falar sobre imigração na Europa, ele afirmou que os europeus não querem se tornar mestiços.