PEC da Segurança impulsiona disputa entre PT e oposição por protagonismo na pauta criminal

Da redação
Com a movimentação do governo Lula para enviar ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, tanto o PT quanto a oposição intensificam a disputa por protagonismo em uma pauta considerada estratégica para as eleições de 2026. Parlamentares petistas têm apresentado propostas que aumentam a punição para crimes como latrocínio e tráfico de drogas, além de sugerirem mudanças mais rígidas para a responsabilização de menores infratores — uma abordagem tradicionalmente associada à direita.
Na oposição, a estratégia também passa pelo endurecimento das leis, mas com foco adicional no fortalecimento das prerrogativas de policiais e juízes. A base bolsonarista, que comanda as Comissões de Segurança Pública da Câmara, com o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), e do Senado, com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), tenta emplacar propostas que contam com o apoio de governadores de direita e representantes das forças de segurança estaduais. O objetivo é construir uma plataforma eleitoral robusta para 2026.
Dentro do governo, aliados de Lula avaliam que é hora de a esquerda disputar o discurso de firmeza contra a criminalidade, incluindo os crimes de colarinho branco. No Senado, os petistas Fabiano Contarato (ES) e Rogério Carvalho (SE), integrantes da comissão de segurança, apresentaram recentemente um pacote de projetos batizado de “agenda contra a impunidade”.
Uma das propostas, de autoria de Contarato, visa modificar o cálculo da pena para latrocínio: atualmente baseado no valor do bem roubado, passaria a considerar o número de vítimas. Assim, por exemplo, em um caso com duas mortes, a pena máxima poderia saltar de 15 para 30 anos. Com informações do jornal O Globo.