sábado, 14 de setembro de 2024

PMs presos em operação da Polícia Civil já foram investigados por ao menos cinco homicídios

Foto: Poliana Lima/Polícia Civil

Da Redação

Os dois policiais militares da ativa que foram presos durante uma operação da Polícia Civil ontem já foram investigados por ao menos cinco homicídios em Salvador. A operação investiga a participação dos PMs em crimes de extorsão mediante sequestro. As informações são do jornal Correio*.

Roque de Jesus Dorea, capitão do Departamento Pessoal da Polícia Militar da Bahia (PM), e Ernesto Nilton Nery, soldado da 37º Companhia Independente da PM (CIPM) foram alvo de investigação por morte em ações policiais, mas tiveram seus casos arquivados.

Os dois foram presos com Jorge Adson, um ex-PM que teria sido expulso da corporação, de acordo com a TV Bahia, pela suspeita de terem sido os responsáveis pelas mortes de Joseval Santos Santos e Jeferson Sacramento Santos, padrasto e enteado. Antes desse caso, no entanto, Roque e Ernesto acumularam denúncias decorridas de ações policiais que acabaram em mortes.

Segundo o Correio*, Ernesto foi investigado por quatro casos diferentes na região da Liberdade, área de atuação da 37º CIPM, entre 2016 e 2020. O primeiro destes registros ocorreu no dia 10 de dezembro de 2016, quando Ricardo Rodrigues de Souza, mais conhecido como Bucha de Sena, acabou morto após uma ação policial no bairro do Curuzu.

Mesmo após denúncia de Ernesto e outros policiais envolvidos na ação que acabou na morte de Bucha, o Ministério Público, em parecer, opinou pelo arquivamento do caso, considerando a excludente de ilicitude da legítima defesa. O mesmo ocorreu com o processo que apurou uma ação policial que terminou na morte de Jean Santos da Silva, em 29 de setembro de 2018, no bairro do IAPI, também na região da Liberdade.

Ainda de acordo com o Correio*, a última ocorrência com envolvimento de Ernesto foi registada em 28 de dezembro de 2020. O caso foi elaborado pela Corregedoria da Polícia Militar do Estado da Bahia após uma ação na localidade conhecida por “Tampão”, bairro de Santa Mônica, que terminou na morte de Heverton das Neves Cardoso.

Na ocasião, segundo constam nos autos, uma equipe da Polícia Militar estava em rondas, quando constataram a presença de alguns indivíduos que efetuaram disparos de arma de fogo contra a viatura. Houve revide e Jean, que estaria envolvido na troca de tiros, foi atingido. Segundo policiais, com ele foram apreendidas drogas e uma pistola calibre 9mm, acompanhada de carregador e 08 cartuchos intactos de mesmo calibre.

Na investigação, porém, não houve conclusão de que Heverton tivesse sido vítima de execução e nenhuma testemunha presencial foi localizada, assim como os familiares da vítima não foram encontrados para serem ouvidos. O único caso de investigação contra Roque, que não estava na ativa, foi registrado em 2011, quando ele foi investigado por homicídio simples pela morte de Eduardo Rodrigues da Silva Júnior.

O caso ocorreu em 23 de julho daquele ano, por volta das meia-noite, na Avenida Cardeal da Silva, na Federação. Contudo, o Ministério Público, em parecer, opinou pelo arquivamento por excludente de ilicitude da legítima defesa após investigações.

30 de agosto de 2024, 10:30

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