Racismo na primeira infância revela falhas graves na formação e na proteção das crianças, diz Ireuda
Da Redação
Neste Novembro Negro, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, comentou com preocupação os dados divulgados pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, que apontam que uma em cada seis crianças de até 6 anos já foi vítima de racismo no Brasil. A pesquisa, realizada pelo Datafolha, mostra que as creches e pré-escolas são os locais onde mais ocorrem esses episódios de discriminação — espaços que, segundo Ireuda, deveriam ser de acolhimento, aprendizado e proteção.
“Esses dados são um alerta doloroso. Se o racismo já atinge nossas crianças na fase mais sensível da vida, é sinal de que a sociedade ainda falha em educar para a empatia, o respeito e a igualdade. A infância é o período de formação da identidade, e nenhum menino ou menina deve ser marcado por traumas causados pela cor da pele”, afirmou a vereadora.
O levantamento revela que 16% dos responsáveis por crianças de até 6 anos relataram casos de discriminação racial. Entre os cuidadores de pele preta ou parda, esse índice sobe para 19%, enquanto entre os de pele branca é 10%. A maior parte das ocorrências (54%) aconteceu em unidades de educação infantil, especialmente nas pré-escolas (61%). Outros ambientes também foram citados, como ruas, praças e parques (42%), bairros e comunidades (20%) e até dentro das famílias (16%).
Para Ireuda, o problema é reflexo direto do racismo estrutural e da falta de políticas públicas voltadas para o combate à discriminação desde a primeira infância.
“O racismo é aprendido, e por isso pode — e deve — ser desaprendido. Precisamos de ações que capacitem professores e educadores, que fortaleçam a diversidade no ambiente escolar e que apoiem as famílias. É na primeira infância que formamos cidadãos; se o racismo se instala ali, comprometemos todo o futuro”, declarou.
A vereadora destacou ainda que Salvador, cidade de maior população negra fora da África, precisa ser exemplo no combate à discriminação racial em todas as idades.
“A luta contra o racismo não é apenas uma pauta moral, mas um dever coletivo. Devemos proteger nossas crianças com a mesma firmeza com que defendemos qualquer outro direito fundamental. Racismo é crime — e quando atinge uma criança, é uma agressão contra o futuro do nosso país”, concluiu.








