Rapidinhas: A arma de Coronel na Assembleia, o reencontro de Bruno e Geraldinho, o prefeito apressadinho e a “banana” de Jonga
Alberico Goméz e equipe
Movimentos de Coronel
De olho em 2026, o senador Angelo Coronel (PSD) intensificou a presença em eventos políticos nos últimos dias. Depois de ir ao encontro com prefeitos eleitos do MDB, no final da semana passada, participou, nesta segunda (03), da solenidade que marcou a entrega da Comenda Dois de Julho ao procurador-geral da Bahia, Pedro Maia, na Assembleia Legislativa. Ficou a sessão inteira de cochicho com o deputado estadual Vitor Azevedo (PL), proponente da homenagem e um dos principais aliados do senador na Casa.
Herdeiro como arma
Angelo Coronel visa ampliar a influência na Assembleia, onde já lidera um bloco de cerca de dez parlamentares. Uma das estratégias do senador é garantir que um dos herdeiros, o deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD), se torne a alternativa mais viável para ser o próximo presidente da Casa se o atual titular do posto, Adolfo Menezes (PSD), não disputar a reeleição ou ser impedido por conta da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso o plano vingue, aumenta a pressão sobre o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para manter o senador na chapa em 2026.
Velhos amigos
Na mesma sessão em que Pedro Maia se tornou comendador, foi motivo de resenha o reencontro entre o prefeito Bruno Reis (União) e o vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Após uma campanha acirrada pelo Palácio Thomé de Souza, os dois se trataram como velhos amigos. A cena só não ficou ainda mais completa porque faltou a presença do presidente da Câmara Municipal da capital, vereador Carlos Muniz (PSDB), para formar o trio. O tucano, que é mais amigo de Geraldo do que de Bruno, apesar de que na cena política de momento acontece justamente o oposto, precisou sair antes da solenidade começar.
PEC de Pablo
Líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) informou à coluna que a Casa só deve votar em 2025 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite aos parlamentares tirarem licença dos mandatos para assumirem cargos de secretário em prefeituras do interior. De autoria do deputado Manuel Rocha (União), o texto interessa diretamente ao colega Pablo Roberto (PSDB), que analisa a possibilidade de renunciar ao posto de vice-prefeito de Feira de Santana, para o qual foi eleito em outubro, se licenciar da Assembleia e ocupar apenas secretário na Princesa do Sertão (e a PEC passar).
Eterno suplente
Crescem os rumores de que o presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto, deseja mesmo é ser suplente do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), caso o petista concorra ao Senado em 2026. O dirigente partidário acredita que, numa eventual reeleição do presidente Lula (PT) e uma vitória da chapa encabeçada por Jerônimo, pelo ministro e pelo senador Jaques Wagner, pode ser beneficiado caso Rui siga na Esplanada a partir de 2027 – com isso, Carletto assumiria a cadeira na Alta Casa do Congresso. Vale lembrar que, em 2022, o hoje líder do Avante, na época no PP, foi suplente do pepista Cacá Leão, então candidato ao Senado na chapa de ACM Neto (União).
Cara de pau
Candidato à presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB), Wilson Cardoso (PSB), prefeito de Andaraí, tem ido até a batizado de boneca em busca de votos. Costuma aparecer mesmo em eventos aos quais não é convidado. Segundo confidenciou um deputado da base do Executivo estadual, o fato já tem incomodado até Jerônimo, que não aguenta mais ver a cara do prefeito em toda solenidade ou reunião onde vai. “Ele é muito cara de pau e acha que vai ganhar a eleição para a UPB tirando foto com o governador”, disse o parlamentar à coluna.
Prefeito apressadinho
Enquanto isso, o principal padrinho da candidatura de Wilson à presidência da UPB, Zé Cocá (PP), prefeito de Jequié, nem esperou chegar o Natal e já anunciou parte das atrações do São João no município. Dizem que o pepista ficou tão animado ao ser reeleito com quase 92% dos votos válidos que está com pressa para tudo. A ansiedade de Cocá, inclusive, também tem relação com 2026, quando se articula para alçar voos mais altos. Não descarta, inclusive, concorrer ao posto de governador – Jequié já teve dois, César Borges e Leur Lomanto, cujo centenário foi celebrado esta semana.
Recuo de Roma
Numa entrevista a uma emissora de rádio, esta semana, o presidente do PL baiano, João Roma, negou que tenha aberto processo de expulsão contra o deputado federal Jonga Bacelar, que é do partido. O dirigente disse que o nome do parlamentar foi apenas citado nas ações disciplinares abertos pela sigla contra os deputados estaduais Vitor Azevedo, Raimundinho da JR e Diego Castro, por infidelidade partidária. Roma afirmou que cabe à direção nacional do partido adotar medidas contra os deputados federais que apoiam o governo Lula.
Banana de Jonga
Aliás, Jonga esteve ao lado de Jerônimo, no final de semana, em um evento em Baixios, no Litoral Norte da Bahia. Na ocasião, reafirmou que apoiará sempre todas as ações dos governos estadual e federal “que façam bem aos baianos”. “Eu sou deputado do PL há cinco mandatos. Votei contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), apoiei o governo de Rui Costa e estarei ao lado de Jerônimo nos eventos que gerarem ações positivas para a Bahia. Todas as minhas ações no partido são de comum acordo com o presidente nacional, Valdemar Costa Neto. Ou seja, simbolicamente deu uma “banana” a Roma e à ala bolsonarista do partido.
Edital para emendas
Na mesma semana em que o ministro do STF Flávio Dino decidiu liberar o pagamento das emendas dos parlamentares com a exigência de mais transparência, a deputada federal Lídice da Mata (PSB) inovou e lançou um edital para abrigar projetos voltados a entidades sem fins lucrativos de Salvador que poderão receber recursos federais por sugestão dela. Ela vai destinar, por meio do orçamento da União de 2025, R$2 milhões das emendas impositivas às quais têm direito nas áreas de saúde, cultura e empreendedorismo. Uma bela iniciativa!