Rapidinhas: A quase unanimidade de Carlos Muniz, o senador de “todo mundo”, a tensão familiar em Itapetinga e o Zé “cumpridor”

Alberico Goméz e equipe
Quase unanimidade
A Câmara Municipal de Salvador elege na quinta-feira (02), em sessão marcada para começar às 9h, a composição da nova Mesa Diretora da Casa. Na ocasião, o atual presidente, vereador Carlos Muniz (PSDB), será reeleito com folga, uma vez que tem os votos de 41 dos 43 edis, incluindo o próprio. Ele só não terá a unanimidade porque o PSOL decidiu lançar a candidatura do vereador eleito Hamilton Rios, que tem o apoio da outra representante da legenda na próxima legislatura, Eliete Paraguassu. Hamilton divulgou hoje (31) uma plataforma de campanha para os colegas. Entre as propostas está a de uma análise mais rigorosa dos projetos enviados pelo Executivo. Vale lembrar que a eleição ocorre em votação secreta.
Equação da Mesa
Carlos Muniz ainda tenta equacionar a montagem dos outros cargos sete da Mesa Diretora, além dos suplentes e da escolha do corregedor, do ouvidor e do ouvidor substituto. Duas posições já estariam definidas: a de primeiro-secretário, que deve ser ocupada por Cláudio Tinoco (União), e a primeira vice-presidência, cujo indicado é Maurício Trindade (PP). Muniz pretende garantir ainda duas mulheres no colegiado: as vereadoras Cris Correia (PSDB) e Ireuda Silva (Republicanos). A oposição também será contemplada. As negociações devem ocorrer até pouco antes do início da sessão de quinta.
Secretaria do União
Vale lembrar que a vaga do União Brasil na Mesa Diretora pode mudar se o prefeito Bruno Reis (União) decidir convidar Cláudio Tinoco para ser secretário de Cultura e Turismo, embora a possibilidade hoje seja considerada remota. O chefe do Executivo municipal tem dados sinais de que pretende chamar para o posto alguém com o perfil do atual titular da pasta, Pedro Tourinho, que pediu para sair. Ou seja, o substituto deve ser da iniciativa privada, embora o nome do vereador, que exerceu o cargo na gestão de ACM Neto (União), agrade o trade turístico.
Discurso de agradecimento
Antes da eleição da Mesa Diretora, a Câmara Municipal realiza nesta quarta (01), a partir das 14h30, a sessão solene de posse dos vereadores, do prefeito e da vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT). Bruno fará um discurso em tom de agradecimento. Ele também deve dar algumas “pinceladas” sobre projetos voltados para a educação, a saúde e a mobilidade. Já na reabertura dos trabalhos do Legislativo, no início de fevereiro, o discurso será maior, fazendo um balanço dos últimos quatro anos e traçando as prioridades do segundo mandato.
Coronel de todo mundo
Em conversa com a coluna, o senador Angelo Coronel (PSD) justificou, no estilo bem humorado de sempre, a presença do deputado federal Leo Prates (PDT) e de outros integrantes da oposição na Bahia ao evento de confraternização organizado por ele e por um dos filhos, o deputado federal Diego Coronel (PSD), em Praia do Forte, no domingo (29). “Coronel é de todo mundo. Todo mundo quer a minha reeleição em 2026. Por isso, todo mundo vem nesse evento que fazemos todo ano. E olha que eu não convido ninguém”, declarou.
Tensão em Itapetinga
A relação entre o atual prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), e o sucessor eleito em outubro, Eduardo Hagge (MDB), não anda nada boa, mesmo se tratando de sobrinho e tio. Isso por conta das eleições de 2026. Enquanto Rodrigo quer ser candidato a deputado estadual no grupo de ACM Neto (União), Eduardo almeja aderir ao governo Jerônimo Rodrigues (PT). Nem mesmo a escolha da esposa do atual prefeito, Yasmin Lima, para ocupar a Secretaria de Planejamento na próxima gestão serviu para acalmar os ânimos.
Irmãos em cena
O nível de tensão na família que comanda a política em Itapetinga aumenta por conta da interferência dos irmãos Vieira Lima, que têm as rédeas do MDB baiano e atuam nos bastidores para atrair Eduardo Hagge para a base do governo. O prefeito eleito já se encontrou com Jerônimo, quando obteve a garantia de que o Estado fará diversas obras no município, incluindo a construção de um hospital regional. Rodrigo Hagge, por sua vez, deve deixar o MDB, pois Geddel já avisou que, ao contrário de 2022, não haverá espaço na legenda para quem estiver com ACM Neto. O emedebista já tem convites para ingressar no União Brasil e no PDT.
Olho na cadeira
Em Itabuna, o prefeito reeleito Augusto Castro (PSD) fez mudança no secretariado para o início do segundo governo. Uma das trocas aconteceu na Fundação de Atenção à Saúde (Fasi), mantenedora do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. Saiu Marcone Amaral (PSD), ex-prefeito de Itajuípe, e entrou o médico João Góes. Marcone vive a expectativa de assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa, onde é o segundo suplente do prefeito eleito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD).
Futuro de Jusmari
A primeira suplente de Eures, Jusmari Oliveira (PSD), vai tomar posse do mandato, mas logo depois deve retornar ao comando da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia, abrindo a vaga para Marcone Amaral ser deputado. Ao menos esse é o desejo do senador Otto Alencar, que comanda os destinos do PSD. O movimento de Augusto Castro, inclusive, teria sido combinado com o cacique da legenda. Entretanto, setores do governo defendem a saída de Jusmari por considerarem que ela não vem desempenhando bem as funções na pasta.
Cumpridor de palavra
O prefeito eleito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União), nem esperou tomar posse do cargo para começar a despachar com os futuros secretários e fazer atendimento a lideranças. Se reuniu nesta segunda (30) com toda a equipe para iniciar o planejamento estratégico e traçar diretrizes, num hotel do Centro da cidade. Ronaldo, que manteve sete secretários da atual gestão de Colbert Martins (MDB) – mas nomes aos quais já tinha ligação -, tem recebido elogios públicos dos aliados que caminharam com ele nas eleições. Do PL, partido de direita, ao PDT, que tem posições mais de esquerda, todos dizem que o prefeito eleito cumpriu o que combinou na campanha na divisão dos espaços.