sexta-feira, 29 de março de 2024

Rapidinhas: As miniobras de Bolsonaro na Bahia, o esforço máximo de Roma e o sucessor de Elinaldo

Foto: Divulgação/PR

Davi Lemos

Miniobras

A agenda divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para comemorar os mil dias de governo nesta terça (28), na Bahia, virou motivo de chacota na Governadoria. Segundo noticiou a imprensa nacional, Bolsonaro vai estar em Teixeira de Freitas para entregar cerca de 10km de vias requalificadas nas BRs 116 e 101. “Depois de passar vergonha em Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente vem à Bahia para entregar duas miniobras”, avaliou um assessor próximo ao governador Rui Costa (PT).

Esforço máximo

Se pretende mesmo ser candidato a governador em 2022, o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), terá que mudar de estratégia e garantir esforço máximo para promover ações do governo federal na Bahia, que andam em falta. Afinal, miniobra não costuma render votos em escala. É preciso ter o que de fato mostrar à população além do discurso anti-PT.

Autorizado?

E por falar em João Roma, será que o ministro já está autorizado pelo partido, o Republicanos, a falar novamente em eleição para governador? Na primeira quinzena de setembro, a sigla divulgou uma nota dura, assinada pelo presidente estadual, o deputado Márcio Marinho, desautorizando Roma a tratar de sucessão até a votação da reforma eleitoral no Congresso, numa reação às articulações do ministro, que desagradaram o ex-prefeito ACM Neto (DEM), aliado do Republicanos. Pois a reforma eleitoral já foi aprovada.

Vereador Flávio Matos (DEM)- Foto: Divulgação

Sucessor de Elinaldo

Vereador mais votado de Camaçari nas eleições do ano passado, Flávio Matos (DEM) busca cacifar o nome para disputar a prefeitura do município em 2024. Ele já conta com a simpatia do prefeito Antonio Elinaldo (DEM), que foi reeleito em 2020. O papel de Matos no pleito estadual do ano que vem será fundamental na construção desse caminho, sobretudo as articulações para ajudar na candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia na região metropolitana.

Crítico ácido

Presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior se tornou um crítico ácido do governo Rui Costa. Sempre que é provocado para fazer uma avaliação da gestão petista, faz críticas duras às áreas da segurança pública e da educação. Quando lembrado de que o PDT fez parte da base de Rui Costa até recentemente, Félix costuma ressaltar que os pedetistas estiveram presentes “nos espaços em que o governo deu certo”. “Basta olhar os dados do agronegócio na Bahia e as facilidades que existem atualmente para se abrir uma empresa no estado. Agora, vá olhar os dados da segurança e da educação, que são um desastre”, diz. O partido ocupou a Secretaria de Agricultura (Seagri) e a Junta Comercial da Bahia. (Juceb).

Presidente de enfeite

O presidente do MDB da Bahia, Alex Futuca, não manda em nada no partido, nem nas vagas de estacionamento. É consenso que quem dá as cartas no partido é o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima, que ganhou o pomposo cargo de presidente de honra da legenda no estado. É Lúcio, por exemplo, quem comanda as conversas com os pré-candidatos a governador e cuida da montagem das chapas dos candidatos a deputado estadual e federal. Não é à toa que o ex-deputado também é o porta-voz da sigla junto à imprensa.

Imprudência

Uma liderança do MDB baiano considerou que a briga pública entre o vereador de Salvador Geraldo Júnior e o prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, não interessa a ninguém dentro do partido. “Geraldinho é um candidato forte, e o apoio do prefeito Colbert será muito importante para o nosso partido formar uma bancada de peso em 2022”, disse. Na avaliação do emedebista, embora tenha um bom arco de alianças no estado, Geraldo Júnior pode ter dificuldades em Feira. “Não é prudente brigar com o prefeito da maior cidade do interior, ainda mais sendo do mesmo partido”.

O intuitivo e o pragmático

O vice-governador João Leão está mais que otimista para a formação de bancadas pepistas na Assembleia Legislativa e para a Câmara Federal em 2022. Já o secretário-geral do PP na Bahia, Jabes Ribeiro, trabalha com estimativas mais conservadoras: manter as atuais cadeiras (nove na Assembleia e quatro na Câmara) e emplacar pelo menos mais uma em ambas as Casas. Perguntado se ele era mais “pé no chão” que Leão, Jabes Ribeiro disse que é mais “pragmático” e que o vice-governador e mais “intuitivo”.

Vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho (Foto: Divulgação/PR)

Sapos sulistas

O vice-prefeito de Itabuna, Enderson Guinho, que assumiu a presidência municipal do DEM, terá que engolir alguns “sapos” na tarefa de ajudar na construção do palanque de ACM Neto (DEM) na cidade. Isso porque Guinho será obrigado a conviver com antigos e novos desafetos que devem estar ao lado do ex-prefeito da capital, a exemplo dos ex-prefeitos Fernando Gomes (PTC) e Capitão Azevedo (PL). “O problema é que ele (o vice-prefeito) já brigou com muita gente. Já conseguiu brigar até com o Doutor Mangabeira (maior liderança do PDT em Itabuna), que é um homem correto, de bem e de palavra”, comentou um político itabunense do campo político de ACM Neto.

Crise Robinho

O PP ainda busca uma saída para a crise com o deputado Robinho, que deixou a base do governador Rui Costa (PT) e vem fazendo críticas cada dia mais pesadas contra a administração petista. Robinho fala mais do escândalo do respiradores do que os colegas da bancada da oposição. Nos bastidores, o comentário é que a chance da permanência é quase zero, tal qual a possibilidade de João Leão ser candidato a governador com o apoio do PT.

27 de setembro de 2021, 17:59

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