quinta-feira, 3 de julho de 2025

Rapidinhas: As vitórias de Coronel, o líder encurralado, as articulações de Elinaldo e os gastos legislativos

Foto: Pedro Franca/Agência Senado

Da Redação

Vitórias de Coronel

Ameaçado de ser rifado da chapa governista em 2026, o senador Angelo Coronel conseguiu duas vitórias estratégicas na reunião do PSD realizada nesta segunda (20) para discutir a sucessão na Assembleia, mas que podem ter impacto nas próximas eleições. A primeira: a garantia, por meio de uma mudança no Regimento Interno do Legislativo baiano, de que o PT não vai assumir o comando da Casa se a reeleição do presidente Adolfo Menezes (PSD) for derrubada pelo Supremo. A segunda: a de que, se Adolfo cai, não há impedimentos para que o candidato à presidência seja o deputado Angelo Coronel Filho (PSD), um dos herdeiros políticos e de sangue do senador.

Larga na frente

Antes, o entendimento dentro do PSD era de que a próxima na “fila” para disputar a presidência da Assembleia seria a atual líder da bancada do partido, Ivana Bastos, conforme defendia o próprio presidente da legenda no Estado, o senador Otto Alencar. Na reunião de ontem, no entanto, ficou definido que, havendo uma nova eleição por decisão do Supremo, o escolhido será aquele que se viabilizar politicamente. Com isso, Angelo Coronel Filho larga com vantagem, tanto pelo apoio do pai, que conhece o Legislativo baiano como a palma da mão, pois já comandou a Casa, quanto pelas relações pessoais do próprio deputado.

Dor de cabeça

Para diversos deputados e integrantes do governo e da oposição, a queda de Adolfo Menezes por decisão do Supremo, que já decidiu contra a segunda reeleição de presidentes dos legislativos, seria uma questão de tempo. Essa é a esperança de Angelo Coronel para tentar fazer do filho presidente da Assembleia e endurecer o jogo com o governo mirando se viabilizar na chapa em 2026. Vale lembrar que o presidente da Casa tem poder suficiente para barrar a votação de projetos do Executivo, inclusive empréstimos.

Último a saber

Líder do governo na Assembleia, o deputado petista Rosemberg Pinto, candidato a primeiro vice-presidente da Assembleia, só soube do acordo firmado entre a família Coronel e o senador Jaques Wagner sobre a mudança no Regimento da Assembleia durante a reunião do PSD, sendo que o pacto começou a ser construído no final de semana. Assim como Angelo Coronel Filho, que retirou o nome da disputa após o entendimento, Rosemberg tinha a esperança de assumir diretamente o comando da Casa com a queda de Adolfo. A alteração no Regimento, no entanto, determina que o vice deve convocar imediatamente uma nova eleição em caso de vacância da presidência.

Convocação extraordinária

Adolfo Menezes deve convocar na semana que vem a sessão extraordinária para que os deputados votem a mudança no Regimento da Assembleia. Ele aguarda apenas uma conversa entre o secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), e Rosemberg. Para ser célere, a votação precisa ser por acordo entre as bancadas do governo e da oposição. O líder da minoria, Alan Sanches (União), já topou.

Gastos legislativos

A Assembleia Legislativa da Bahia e a Câmara Municipal de Salvador publicaram o detalhamento das despesas para o ano de 2025. O maior gasto das duas Casas, com sempre, será com pagamento de pessoal. Os vereadores reservaram R$173,2 milhões para essa rubrica, enquanto o montante calculado pelos deputados chega a R$831 milhões. A segunda maior despesa da Câmara será com locação de mão de obra, com R$22,3 milhões no ano. Já na Assembleia, a posição é ocupada pelo item manutenção, que deve consumir R$125,7 milhões.

Encontros territoriais

A direção estadual do PT organiza uma série de encontros territoriais do partido a partir de fevereiro de 2025, começando pelos municípios do litoral sul da Bahia, no dia 7 de fevereiro, em Itacaré. O objetivo é discutir o funcionamento da legenda, tratar da formação política dos novos vereadores e promover um treinamento de comunicação e preparação eleitoral para 2025. Vale lembrar que, em julho, os petistas irão às urnas para escolher as novas direções nos planos federal, estadual e municipal.

Costuras para 2026

Ex-prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo (União) tem se debruçado sobre as costuras políticas para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa nas eleições de 2026. Toda semana ele bate ponto na sede do partido, em Salvador, onde também funciona o escritório de ACM Neto. Na segunda (20), por exemplo, se reuniu com o presidente da legenda na Bahia, deputado federal Paulo Azi, e com os deputados estaduais Sandro Régis e Manuel Rocha, também filiados. Rocha, que será candidato a federal, vai “dobrar” com Elinaldo, e prometeu ao ex-prefeito votos na região oeste.

Movimento de adesão

O prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), se reuniu nesta terça-feira (21) com o secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), para levar demandas do município. Quem também participou da reunião foi o presidente de honra do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, que articula o ingresso do gestor na base de Jerônimo Rodrigues (PT). O próximo passo de Lúcio, inclusive, é levar Eduardo para um encontro com o governador.

Bispos zangados

O Republicanos rompeu com o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União). O presidente do partido da Igreja Universal na Bahia, deputado federal Márcio Marinho, acusa o gestor de não ter honrado os compromissos feitos na campanha eleitoral de 2024. Na época, a sigla retirou a candidatura do deputado estadual José de Arimatéia para apoiar José Ronaldo. Com isso, o único vereador do Republicanos na Princesas do Sertão, Eli Ribeiro, foi orientado a adotar uma postura de independência.

21 de janeiro de 2025, 16:15

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