sexta-feira, 19 de abril de 2024

Rapidinhas: Elmar candidato a governador?

Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Da Redação

Reportagem da Revista IstoÉ que chega às bancas no dia 2 de junho aponta o deputado federal Elmar Nascimento (DEM), e que já tem malas prontas para ingressar no PSL e presidir a sigla no estado, como o candidato bolsonarista ao Governo do Estado. Tudo estaria no bojo das negociações que devem reconduzir o presidente da República ao partido pelo qual se elegeu em 2018. Confirmando-se esta hipótese, seria mais um nome apontado como candidato ao Governo do Estado apoiado por Jair Bolsonaro (ainda sem partido); outro que desponta como nome do bolsonarismo que garantiria para o capitão reformado um palanque no estado é o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos).

Senado

Em princípio, as movimentações de Elmar Nascimento teriam o objetivo de guindá-lo à condição de candidato ao Senado Federal em uma chapa que, mais provavelmente, seria a liderada pelo ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto. Segundo já noticiado na imprensa sobre Elmar, as articulações que ele iniciou com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, teriam a anuência de Neto. O PSL na Bahia tende a apoiar a candidatura ao governo de Neto, mas não descarta o apoio a Jaques Wagner (PT) em 2022, embora esta seja uma tendência minoritária. Mas se Elmar for confirmado como nome ao Governo pelo PSL, como apontou a IstoÉ, estaria configurado um enrosco no meio de campo da centro-direita baiana que poderia ter três nomes disputando a mesma cadeira no Palácio de Ondina.

O novo e o velho

Falando em Jaques Wagner, o petista concedeu uma entrevista ao Jornal Valor Econômico no início da semana passada na qual disse que ACM Neto, seu mais provável rival em 2022, representaria “uma coisa antiga” na política. Wagner também surpreendeu ao dizer que, a essa altura, o ex-presidente Lula não pode ser classificado de extrema-esquerda, nem mesmo puramente de esquerda: o petista diz que o ex-presidente é hoje de centro-esquerda. Wagner ainda ressaltou que os governos petistas trouxeram a novidade de não serem como os carlistas que tomavam todas as decisões do grupo baseados no direcionamento do senador ACM. Novidade mesmo seria o PT, ao final de 16 anos de governo, ceder a cabeça da chapa a um outro partido.

Desejos

O PT precisará arrumar muitos desejos dissonantes em sua base de apoio. O PP deseja ver o atual vice-governador João Leão como candidato ao governo em 2022, tendo preferencialmente o atual governador Rui Costa como nome governista ao Senado. Rui, entretanto, disse nesta semana que pretende concluir o seu mandato. Outro nome que, na base de Rui, é apontado como nome para disputar o governo é o do senador Otto Alencar (PSD) que vem tento atuação destacada na CPI da Covid – o pessedista inclusive tornou-se fonte frequente no noticiário nacional ao mesmo tempo em que Jaques Wagner submerge quando o assunto é a citada comissão de inquérito; afirmam algumas boas e más línguas que o petista não quer ouvir falar em respiradores.

Reforma

A reforma realizada pelo governador Rui Costa em seu secretariado expôs o racha no PDT baiano entre aqueles que, na bola dividida entre o petista e o grupo de ACM Neto, tomaram rumos diferentes. De um lado ficou o presidente estadual da sigla, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, e os deputados estaduais Roberto Carlos, Samuel Júnior e Euclides Fernandes, que permaneceram na base de Rui para manter os cargos que têm junto ao Governo Estadual; Mendonça perdeu a Seagri, cujo titular indicado por ele era Lucas Costa. Aos deputados que preferiam os cargos ao PDT, o presidente estadual da sigla afirmou que não lançaria mão de punições, mas recomendou que buscassem outras siglas para disputar a reeleição.

Dossiê

O PSB deve ser o destino para pelo menos dois nomes que devem deixar o PDT: Roberto Carlos e Euclides Fernandes. Os socialistas devem ainda reunir-se internamente para definir a respeito do ingresso de ambos, mas um “dossiê petista” não tão anônimo e muito menos petista circulou nesta semana para mostrar que os deputados pedetistas, com exceção de Euclides Fernandes, também participaram da campanha de Bruno Reis à Prefeitura de Salvador. Mas fonte dessa coluna ressaltou que o objetivo principal do dossiê seria barrar o ingresso de Roberto Carlos entre os socialistas. Por ter alto poder eleitoral, notadamente na região de Juazeiro, o parlamentar tornaria a eleição uma tarefa ainda mais difícil para socialistas como Fabíola Mansur.

Encontro com o líder

Mesmo tendo deixado o secretariado de Rui Costa, o ex-secretário da Agricultura Lucas Costa parece não ter perdido o prestígio com os petistas. Nesta semana, ele foi recebido pelo líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), que divulgou o encontro em seu Instagram. Costa e Pinto falaram de projetos sobre a região de Itapetinga, e o petista escreveu: “Fiquei muito feliz com as suas ideias, pretensões e acho que a gente vai construir um grande caminho na região, em especial em nossa cidade de Itapetinga, pensando nas pessoas de lá”. Costa também foi convidado pelo presidente estadual do PDT para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal.

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