quinta-feira, 25 de abril de 2024

Rapidinhas: Geraldinho fora, o comunista super sincero e a caça aos prefeitos de Marcelo Nilo

Foto: Carlos Alberto/CMS

Davi Lemos

Geraldinho fora

No mundo político, quase ninguém acredita mais na candidatura do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), a deputado federal no pleito deste ano. Segundo relatos de vereadores que participaram da reunião de líderes na terça-feira (08), o edil avisou que deve desistir se o pré-candidato a governador pelo União Brasil, ACM Neto, não garantir 200 mil votos para a chapa do MDB. Geraldinho deve fazer o anúncio oficial no início de abril, se lançando, no mesmo dia, como candidato novamente à presidência da Câmara Municipal. Resta só combinar com o Supremo Tribunal Federal (STF), que já declarou ser inconstitucional um novo mandato de presidente numa mesma legislatura.

Nominata emedebista

Os chefões do MDB baiano, Geddel e Lúcio Vieira Lima, têm dito nas negociações com o PT e o União Brasil que pode ganhar o apoio do partido aquele que garantir mais votos nas eleições proporcionais para os emedebistas. Ou seja, aquele candidato a governador que ajudar a sigla a construir uma nominata (relação de postulantes a deputado estadual e federal) mais forte. O senador Jaques Wagner (PT) já sinalizou que pode encaminhar a filiação do ex-secretário estadual de Saúde Fábio Vilas-Boas, pré-candidato a deputado federal, à legenda dos Vieira Lima.

Daniel Almeida, o super sincero

Em entrevista a uma rádio de Salvador, nesta segunda (14), o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) bancou o super sincero e demonstrou reprovar o comportamento político daqueles que estão na base do governador Rui Costa (PT) e que, no Congresso Nacional, apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL). Este é o caso do PP do vice-governador João Leão. “É lamentável. Infelizmente, na bancada baiana, nós temos um comportamento dúbio em muitos assuntos. Muitos parlamentares que aqui têm alinhamento com o governo democrático e de esquerda do governador Rui Costa lá são líderes, apoiadores do governo Bolsonaro, e votam de acordo com interesse do toma lá dá cá. E não são poucos os baianos que têm esse comportamento. Tem a emenda de relator, a emenda do orçamento secreto. São coisas incompatíveis”, disse o comunista.

Caça aos prefeitos de Nilo

O governador Rui Costa (PT) não ficará satisfeito apenas em retirar os apadrinhados do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) das estruturas do governo do estado. O petista quer ainda atrair os prefeitos da base do ex-presidente da Assembleia, para que não votem com a oposição. Na semana passada, Rui teve reuniões com os prefeitos de Monte Santo, Silvânia Matos (PSB), de Cocos, Dr. Marcelo (PL), e de Pau Brasil, Babi do Prado (PSB). O recado é claro: evitar um fortalecimento maior do pré-candidato do União Brasil ao Palácio de Ondina, ACM Neto, e enfraquecer uma eventual candidatura de Nilo ao Senado.

Foto: Divulgação

PDT pró-Neto

O PDT da Bahia ainda não formalizou o apoio à pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) a governador, mas já deu demonstrações de que tudo caminha neste sentido. No último sábado (12), em Itacaré, o partido capitaneou uma reunião política que contou com a presença de uma plateia política 100% netista. Estavam lá lideranças do União Brasil, a exemplo do deputado estadual Alan Sanches, e do MDB, como o presidente municipal da sigla, Vladimir Reis. Teve até gente com camisa de apoio ao ex-prefeito de Salvador. O presidente do PDT baiano, deputado federal Félix Mendonça Júnior, se sentiu em casa.

O soldado e o capitão 1

Os bolsonaristas que acompanham o deputado estadual Capitão Alden (PSL), pré-candidato a uma cadeira na Câmara Federal, estão desconfiados do parceiro de dobradinha do oficial nas eleições de 2022: o deputado Soldado Prisco (PSC). Dizem que Prisco não era armamentista, por exemplo, e só começou a defender a ideia recentemente. Não acreditam na “endireitada” de Prisco, que é apoiador de ACM Neto (União Brasil), enquanto Alden defende a candidatura do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos). Recordam ainda que o soldado criticava dobradinhas de praças com oficiais. Referia-se aos primeiros como “pelegos”.

O soldado e o capitão 2

Outra crítica dos bolsonaristas ao Soldado Prisco é que o ex-PM não estaria dando o devido retorno ao Capitão Alden na disputa por uma cadeira na Câmara Federal. Dizem que a dobradinha parece ter uma mão única e que Prisco virou “papagaio de pirata” de Alden, que também não estaria, segundo a fonte, satisfeito com o retorno que está tendo. Os bolsonaristas que estão desconfiados do soldado agora o chamam de “guizo”, termo utilizado entre militares para se referir a praças que vivem à sombra de oficiais.

Entrevero grapiúna

Reconduzido à presidência estadual do PL até 2024, José Carlos Araújo já iniciou o novo mandato tendo que resolver um entrevero com o vereador de Itabuna, Sivaldo Reis (PL). Para defender o prefeito Augusto Castro (PSD), o edil afirmou, na sexta-feira (11), que Araújo “visita a cidade de ano em ano” e, por isso, não teria como avaliar o trabalho do gestor municipal. Nesta segunda (14), o presidente do PL afirmou a uma rádio local que vai à cidade quatro ou cinco vezes por ano e que é Sivaldo quem não conhece Itabuna por ter medo de ir para a rua. “Esse vereador tem medo do povo, tem medo de ir pra rua e não vê as pessoas”. Na cidade do sul baiano, dizem que o edil quer cavar uma expulsão da sigla que hoje abriga do presidente Jair Bolsonaro.

Foto: Divulgação

As placas do senador

Os políticos mais velhos que acompanham as inaugurações ao lado do governador Rui Costa em que o senador Jaques Wagner (PT) está presente sugerem, em tom de brincadeira, que o parlamentar petista imite o falecido senador ACM, que, fossem obras inauguradas pelos ex-governadores Paulo Souto ou César Borges, sempre tinha o nome estampado nas placas. Nesta placa de inauguração do aeroporto de Cipó, o nome de ACM surge até acima do nome de Souto.

Conselho de avó

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), contou nesta segunda (14) que a avó não foi muito favorável à ideia de que ele trabalhasse com política e gostou muito menos quando o gestor anunciou que seria assessor de ACM Neto, em 1999. Dona Alita Ribeiro de Araújo Soares havia ameaçado se separar do esposo se ele se candidatasse a prefeito de Xique-Xique, contou Bruno Reis. O casal acabou deixando a cidade rumo a Juazeiro. Pelos planos da avó, que o criou como filho, o atual prefeito da capital teria prestado concurso para ser auditor fiscal.

14 de fevereiro de 2022, 18:29

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