Rapidinhas: Geraldinho fora, o comunista super sincero e a caça aos prefeitos de Marcelo Nilo
Davi Lemos
Geraldinho fora
No mundo político, quase ninguém acredita mais na candidatura do presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), a deputado federal no pleito deste ano. Segundo relatos de vereadores que participaram da reunião de líderes na terça-feira (08), o edil avisou que deve desistir se o pré-candidato a governador pelo União Brasil, ACM Neto, não garantir 200 mil votos para a chapa do MDB. Geraldinho deve fazer o anúncio oficial no início de abril, se lançando, no mesmo dia, como candidato novamente à presidência da Câmara Municipal. Resta só combinar com o Supremo Tribunal Federal (STF), que já declarou ser inconstitucional um novo mandato de presidente numa mesma legislatura.
Nominata emedebista
Os chefões do MDB baiano, Geddel e Lúcio Vieira Lima, têm dito nas negociações com o PT e o União Brasil que pode ganhar o apoio do partido aquele que garantir mais votos nas eleições proporcionais para os emedebistas. Ou seja, aquele candidato a governador que ajudar a sigla a construir uma nominata (relação de postulantes a deputado estadual e federal) mais forte. O senador Jaques Wagner (PT) já sinalizou que pode encaminhar a filiação do ex-secretário estadual de Saúde Fábio Vilas-Boas, pré-candidato a deputado federal, à legenda dos Vieira Lima.
Daniel Almeida, o super sincero
Em entrevista a uma rádio de Salvador, nesta segunda (14), o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) bancou o super sincero e demonstrou reprovar o comportamento político daqueles que estão na base do governador Rui Costa (PT) e que, no Congresso Nacional, apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL). Este é o caso do PP do vice-governador João Leão. “É lamentável. Infelizmente, na bancada baiana, nós temos um comportamento dúbio em muitos assuntos. Muitos parlamentares que aqui têm alinhamento com o governo democrático e de esquerda do governador Rui Costa lá são líderes, apoiadores do governo Bolsonaro, e votam de acordo com interesse do toma lá dá cá. E não são poucos os baianos que têm esse comportamento. Tem a emenda de relator, a emenda do orçamento secreto. São coisas incompatíveis”, disse o comunista.
Caça aos prefeitos de Nilo
O governador Rui Costa (PT) não ficará satisfeito apenas em retirar os apadrinhados do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) das estruturas do governo do estado. O petista quer ainda atrair os prefeitos da base do ex-presidente da Assembleia, para que não votem com a oposição. Na semana passada, Rui teve reuniões com os prefeitos de Monte Santo, Silvânia Matos (PSB), de Cocos, Dr. Marcelo (PL), e de Pau Brasil, Babi do Prado (PSB). O recado é claro: evitar um fortalecimento maior do pré-candidato do União Brasil ao Palácio de Ondina, ACM Neto, e enfraquecer uma eventual candidatura de Nilo ao Senado.
PDT pró-Neto
O PDT da Bahia ainda não formalizou o apoio à pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) a governador, mas já deu demonstrações de que tudo caminha neste sentido. No último sábado (12), em Itacaré, o partido capitaneou uma reunião política que contou com a presença de uma plateia política 100% netista. Estavam lá lideranças do União Brasil, a exemplo do deputado estadual Alan Sanches, e do MDB, como o presidente municipal da sigla, Vladimir Reis. Teve até gente com camisa de apoio ao ex-prefeito de Salvador. O presidente do PDT baiano, deputado federal Félix Mendonça Júnior, se sentiu em casa.
O soldado e o capitão 1
Os bolsonaristas que acompanham o deputado estadual Capitão Alden (PSL), pré-candidato a uma cadeira na Câmara Federal, estão desconfiados do parceiro de dobradinha do oficial nas eleições de 2022: o deputado Soldado Prisco (PSC). Dizem que Prisco não era armamentista, por exemplo, e só começou a defender a ideia recentemente. Não acreditam na “endireitada” de Prisco, que é apoiador de ACM Neto (União Brasil), enquanto Alden defende a candidatura do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos). Recordam ainda que o soldado criticava dobradinhas de praças com oficiais. Referia-se aos primeiros como “pelegos”.
O soldado e o capitão 2
Outra crítica dos bolsonaristas ao Soldado Prisco é que o ex-PM não estaria dando o devido retorno ao Capitão Alden na disputa por uma cadeira na Câmara Federal. Dizem que a dobradinha parece ter uma mão única e que Prisco virou “papagaio de pirata” de Alden, que também não estaria, segundo a fonte, satisfeito com o retorno que está tendo. Os bolsonaristas que estão desconfiados do soldado agora o chamam de “guizo”, termo utilizado entre militares para se referir a praças que vivem à sombra de oficiais.
Entrevero grapiúna
Reconduzido à presidência estadual do PL até 2024, José Carlos Araújo já iniciou o novo mandato tendo que resolver um entrevero com o vereador de Itabuna, Sivaldo Reis (PL). Para defender o prefeito Augusto Castro (PSD), o edil afirmou, na sexta-feira (11), que Araújo “visita a cidade de ano em ano” e, por isso, não teria como avaliar o trabalho do gestor municipal. Nesta segunda (14), o presidente do PL afirmou a uma rádio local que vai à cidade quatro ou cinco vezes por ano e que é Sivaldo quem não conhece Itabuna por ter medo de ir para a rua. “Esse vereador tem medo do povo, tem medo de ir pra rua e não vê as pessoas”. Na cidade do sul baiano, dizem que o edil quer cavar uma expulsão da sigla que hoje abriga do presidente Jair Bolsonaro.
As placas do senador
Os políticos mais velhos que acompanham as inaugurações ao lado do governador Rui Costa em que o senador Jaques Wagner (PT) está presente sugerem, em tom de brincadeira, que o parlamentar petista imite o falecido senador ACM, que, fossem obras inauguradas pelos ex-governadores Paulo Souto ou César Borges, sempre tinha o nome estampado nas placas. Nesta placa de inauguração do aeroporto de Cipó, o nome de ACM surge até acima do nome de Souto.
Conselho de avó
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), contou nesta segunda (14) que a avó não foi muito favorável à ideia de que ele trabalhasse com política e gostou muito menos quando o gestor anunciou que seria assessor de ACM Neto, em 1999. Dona Alita Ribeiro de Araújo Soares havia ameaçado se separar do esposo se ele se candidatasse a prefeito de Xique-Xique, contou Bruno Reis. O casal acabou deixando a cidade rumo a Juazeiro. Pelos planos da avó, que o criou como filho, o atual prefeito da capital teria prestado concurso para ser auditor fiscal.