Rapidinhas: O futuro incerto de Nilo, o comprovante de fidelidade do PSB e o candidato de Roberto Carlos

Davi Lemos

Futuro incerto

Aliados do senador Jaques Wagner (PT) que mantiveram contato com esta coluna acreditam que as últimas entrevistas do petista pode precipitar a saída do deputado federal Marcelo Nilo do PSB e da base do governador Rui Costa (PT). Os dois parlamentares trocaram acusações públicas na semana passada: Wagner começou a briga ao chamar Nilo de “deselegante” por falar pela imprensa sobre o futuro político, e levou um “presunçoso” como resposta. Dentre os prováveis destinos de Nilo, o meio político cogita o MDB, o Republicanos, o PSDB e até o PDT. O deputado espera um convite formal de ACM Neto (DEM) para tomar uma decisão e acelerar as negociações.

Pau em Ciro

Aliás, a Executiva estadual do PDT não quer nem saber de Marcelo Nilo no partido. Presidente da sigla na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior é publicamente brigado com o parlamentar do PSB. E, tudo indica, o próprio Nilo, que cogitava entrar para o ninho pedetista visando facilitar as conversas com ACM Neto, já desistiu da ideia. No último sábado (29), em uma entrevista para uma rádio do sul da Bahia, não economizou nas críticas ao presidenciável Ciro Gomes, do PDT. “Ciro fala mal de todo mundo. Para ele todo mundo é ladrão, ofende. Se ele tivesse controle na língua, talvez crescesse nas pesquisas”.

Comprovante de fidelidade

A presidente do PSB da Bahia, deputada federal Lídice da Mata, avisou a Marcelo Nilo que se ele quiser continuar na sigla terá que apoiar a candidatura do senador Jaques Wagner (PT) ao Palácio de Ondina. A posição firme de exigir um “comprovante de fidelidade” é a mesma adotada pelo PDT baiano, ao anunciar que não dará a legenda para quem não seguir as decisões do partido sobre os rumos eleitorais – no caso dos pedetistas, o recado foi dado diversas vezes aos deputados estaduais Roberto Carlos, Euclides Fernandes e Samuel Júnior, além do federal Alex Santana.

Roberto Carlos lança Estêvão

E por falar em Roberto Carlos, em áudio enviado a um grupo de WhatsApp do PDT, o deputado estadual anunciou apoio à pré-candidatura do filiado José Estêvão ao governo da Bahia. Estêvão não é favorável ao apoio do PDT baiano à pré-candidatura de ACM Neto (DEM) e disse que essa decisão traria, inclusive, dificuldades ao presidenciável Ciro Gomes no estado. Roberto Carlos afirmou que a pré-candidatura do aliado “é um pleito justo de um companheiro leal, que tem mais de 35 anos no PDT”. Mas e os cargos no governo do estado?

Entusiasmo por Netinho

Quem está entusiasmada com a pré-candidatura do cantor Netinho a uma cadeira na Câmara Federal é a deputada bolsonaista Carla Zambelli (PSL-SP). Ela publicou uma montagem no Instagram ressaltando as qualidades atribuídas ao artista. Segundo a parlamentar, a turma do agro do sul da Bahia está com Netinho, que já se assumiu bissexual no passado e que hoje é bolsonarista convicto.

Alex Santana na mira dos bolsonaristas

Outro bolsonarista, o deputado federal Alex Santana (PDT), paga até hoje o preço por ter postado nas redes sociais, há algumas dias, uma foto para informar que a filha caçula foi vacinada contra a Covid-19. Ele ainda escreveu ser a favor da imunização infantil. Os apoiadores mais radicais do presidente criticaram o parlamentar, chamado de traidor pelos negacionistas. Evangélico da Assembleia de Deus, Santana, que também não lamentou a morte do autoproclamado filósofo conservador Olavo de Carvalho, endeusado pelo bolsonarismo, fingiu que nada leu ou ouviu.

Sommeliers de pesquisas

Novas pesquisas saíram nos últimos dias, e os degustadores apreciaram como se fossem novas remessas de vinho. Enquanto o senador Jaques Wagner (PT) gostou do levantamento da Opnus/Metrópole, quando aparece na frente ao ser associado ao ex-presidente Lula (PT), ACM Neto (DEM) preferiu o levantamento da Séculus/Bahia Notícias, no qual disparou na ponta. Ou seja, os políticos, como bons sommeliers, só bebem as pesquisas que agradam ao requintado paladar.

Animado

Mas quem ficou animado mesmo com as pesquisas recentes foi o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos). Dirigiu ataques ao ex-presidente Lula, divulgando vídeo em que um provável eleitor de Jair Bolsonaro (PL) chama o petista de “bandido”, e fez um ataque ao governador Rui Costa (PT), que não teria prorrogado o congelamento do ICMS dos combustíveis, mas depois viu que era a informação era imprecisa e apagou o post.

Evangélicos

Aliás, os bolsonaristas aconselham João Roma a se aproximar dos evangélicos no estado para tentar crescer nas pesquisas. Consideram que este eleitorado é tão silencioso que sequer aparece nos levantamentos. Fazem a mesma aposta quanto a uma possível reeleição de Jair Bolsonaro, que nacionalmente aparece empatado tecnicamente em algumas pesquisas com Lula, como a PoderData. A questão, na Bahia, pé que Roma precisa ganhar apoio do seu partido, o Republicanos, partido da Igreja Universal, é presidido pelo deputado federal Márcio Marinho, que quer ser senador e faz parte da base de ACM Neto.

Clonagem na Juceb

A presidente da Junta Comercial da Bahia, Paula Miranda, teve a conta no Instagram clonada no final da semana passada. Quem fez a clonagem passou a divulgar anúncios de produtos, um golpe que está ficando comum no meio digital. Ele tratou de avisar aos colaboradores, amigos e conhecidos via aplicativo de mensagem.