Rapidinhas: Os derrotados e os vencedores da eleição, o partido de Rui Costa e o retorno das cinzas do MDB
Alberico Gómez e equipe
Maior derrotado
Aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em todos os partidos da base admitem que ele foi o grande derrotado das eleições municipais deste ano, sobretudo nos maiores colégios eleitorais. A avaliação é que, para recuperar o tempo perdido e não correr o risco de perder a reeleição em 2026 para ACM Neto (União), o atual morador do Palácio de Ondina terá que “trabalhar em dobro”. “Jerônimo não atuou de forma concreta para eleger prefeitos nas grandes cidades. Não fez política e nem gestão. Achou que a simpatia dele era suficiente. E cometeu diversos erros estratégicos”, declarou um importante aliado do governador à coluna.
Insistência em Tito
Um dos erros cometidos por Jerônimo, na avaliação de aliados, foi ter mantido até o final a candidatura do ex-deputado federal Tito Cordeiro (PT) em Barreiras, mesmo sabendo que a decisão mais acertada seria o petista apoiar, já na reta final, o jovem Danilo Henrique (PP). Todas as pesquisas apontavam que esse era o movimento certo a se fazer, pois garantiria a vitória de Danilo, que acabou na segunda colocação, atrás do vencedor Otoniel Teixeira (União), aliado de ACM Neto.
Bento e Adélia
Já em Ilhéus, o governador não teria trabalhado o suficiente para convencer o prefeito Mário Alexandre (PSD) a retirar a candidatura do ex-secretário municipal de Gestão Bento Lima (PSD). Jerônimo foi levado a acreditar que um eventual apoio de Bento à candidata do PT, Adélia Pinheiro, poderia ser negativo em função da alta rejeição do aliado. Acreditava-se que Adélia poderia ganhar sem Bento, tática que se revelou equivocada, para sorte do vencedor da disputa, o empresário Valderico Júnior (União), outro aliado de ACM Neto.
Sorrindo à toa
Mas, além de ACM Neto, quais foram os outros grandes vencedores da eleição municipal, além dos prefeitos eleitos ou reeleitos, evidentemente? Um deles, sem dúvida, foi o senador Otto Alencar (PSD), cujo partido elegeu novamente o maior número de gestores municipais (115). Também se saiu bem o ex-deputado federal Ronaldo Carleto, já que seu Avante ficou na segunda posição, com 60 prefeitos. Os irmãos Vieira Lima também comemoraram o êxito em 32 municípios, incluindo Juazeiro, quinto maior colégio eleitoral da Bahia.
Partido de Rui
Por sinal, Lúcio ficou satisfeito com o desempenho do seu partido nas urnas, apesar da derrota do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) em Salvador. A legenda, que renasceu das cinzas a partir do pleito de 2022, quando retomou o “casamento” com o PT, elegeu, conforme escrito acima, 32 prefeitos neste domingo (06), número bem superior aos 12 de 2020. “Eu sempre disse que ficaríamos entre os quatro principais partidos da base de Jerônimo, e isso aconteceu. Perdemos para o do governador, o PT, para o dos dois senadores, que é o PSD, e para o do ministro Rui Costa (Casa Civil)”. Mas a sigla de Rui não é o PT? “Eu acho que é o Avante”, brincou Lúcio em conversa com a coluna. O ministro é tido como um dos “padrinhos” do crescimento da sigla comandada na Bahia por Ronaldo Carletto.
Sinal amarelo
O PL do ex-ministro João Roma encolheu na Bahia. Com 27 candidatos na majoritária, o partido só conseguiu reeleger o prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL). Em 2020, a sigla foi vitoriosa em 20 cidades, sendo a sexta com mais gestores municipais eleitos. O desempenho acendeu a luz vermelha no quartel-general de Roma, cujo comando da legenda no Estado fica ameaçado diante do “olho gordo” do deputado federal bolsonarista Capitão Alden, que nunca escondeu, nos bastidores, o desejo de tomar o lugar do ex-ministro.
Descanso merecido
Depois de ser reeleito de forma histórica, o prefeito Bruno Reis (União) deve tirar ao menos dez dias de descanso nas próximas semanas, em viagem internacional. Ele pretende aguardar, no entanto, o desfecho da eleição em Camaçari, que foi para o segundo turno. Para Bruno, a vitória do vereador Flávio Matos (União) contra o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) é prioritária, sobretudo para os planos de fortalecer a candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia.
Chance perdida
Ainda sobre Camaçari, oito em cada dez aliados de Jerônimo ouvidos pela coluna acreditam que Luiz Caetano perdeu a oportunidade de vencer a eleição no primeiro turno, quando terminou na frente por margem pequena de votos. “Agora, ACM Neto e Bruno Reis vão amassar Caetano. Devem até se mudar para Camaçari, assim como o prefeito de Simões Filho (Diogenes Tolentino, do União Brasil) e a prefeita eleita de Lauro de Freitas (Débora Régis, da mesma sigla)”. Vale lembrar que o atual gestor de Camaçari é Antonio Elinaldo (União), aliado de Flávio.
Sindicato fora
O Sindicato dos Rodoviários de Salvador ficou sem representante na Câmara Municipal. Os dois membros da entidade, Tiago Ferreira (PT) e Hélio Ferreira (PCdoB), não conseguiram a reeleição. Com isso, a categoria perde força no Legislativo. Vale lembrar que o ex-vereador J.Carlos, outro que já foi rodoviário e integrante do sindicato, também tentou retornar à Câmara pelo PP, mas foi derrotado.
Muniz presidente
Os representantes da federação formada por PSDB e Cidadania na Câmara Municipal de Salvador declararam, na tarde desta segunda-feira (07), apoio à reeleição do vereador tucano Carlos Muniz para a presidência da Casa. Participaram do encontro, além do próprio Muniz, os vereadores Daniel Alves (PSDB), Téo Senna (PSDB) e Cris Correia (PSDB), que foram reeleitos neste domingo (06), e os novatos Rodrigo Amaral (PSDB) e Isabela Souza (Cidadania).