domingo, 19 de maio de 2024

Rapidinhas: Os “menudos” de Wagner, a candidatura de Rui e a recompensa de Geraldo

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Os “menudos” de Wagner
A eleição de Jerônimo pode alçar aos cargos de secretários três “menudos” de Jaques Wagner: Éden Valadares, presidente estadual do PT, Lucas Reis, considerado braço direito do senador petista, e Adolpho Loyola, braço direito do governador eleito, mas também considerado do “time de Wagner”. O trio, durante a gestão de Rui Costa, não teve grandes chances nem grandes espaços. “Menudos” é um termo jocoso utilizado para alguns membros das gestões do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), e do atual prefeito Bruno Reis.

Novo estilo
Quem participa das reuniões com Jerônimo Rodrigues após o resultado do segundo turno – a observação também era feita antes do resultado das urnas – é a forma tranquila como o petista tem conduzido os encontros com lideranças partidárias, prefeitos, dentre outras. “É um estilo mais tranquilo, notado até mesmo durante muitos dos eventos de campanha”, comentou um parlamentar da base. Este parlamentar, entretanto, disse que a “tranquilidade” do governador não será confundida com “fraqueza”. “É um estilo diferente. O importante é que Jerônimo é um homem de convicções firmes”, comentou o parlamentar, que acredita que “o filho de Aiquara” será conciliador como Jaques Wagner.

Mais deputados
O estilo conciliador de Jerônimo pode ainda trazer mais dividendos ao petista durante a gestão, acreditam parlamentares da base na Assembleia Legislativa. Foram 29 deputados estaduais eleitos por partidos que estavam aliados a João Roma ou a ACM Neto, mas a crença é que os números da oposição podem diminuir. Daí também a isenção de Jerônimo na campanha pela reeleição de Adolfo Menezes (PSD), considerado articulador para a votação de pautas importantes na gestão de Rui Costa. Adolfo, consideram, será importante tanto para atrair opositores à base quanto para torná-los mais dóceis ao governo.

Roma na Bahia
Após ser especulado para uma possível secretaria na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, o destino de João Roma deve ser mesmo à frente do PL na Bahia. Como adiantado por esta coluna na semana passada, Roma deve assumir a presidência da sigla e já iniciar a organização do PL – que tem maior tempo de TV e rádio e também maior fundo eleitoral – para as eleições municipais de 2024, que são logo ali. Fontes do PL disseram que a ida do ex-ministro para outro estado não faria sentido.

Divulgação / Ascom João Roma

De ministro a prefeito?
Cotado para ser ministro das Cidades – pasta que deve ser recriada no governo Lula – o governador Rui Costa é visto como uma aposta séria de petistas para conseguir a conquista inédita da capital baiana. O PT já bateu na trave com campanhas de Nelson Pelegrino, Walter Pinheiro e, mais recentemente, Major Denice. Por conta disso, o discurso seria mantido: afirmar que as maiores obras em Salvador foram feitas pelos governos do PT. O discurso já vem sendo feito desde as primeiras gestões de Wagner no governo, mas, até então, não tem surtido efeito na capital. O ex-prefeito ACM Neto, que administrou Salvador entre 2013 e 2020, venceu em Salvador e na região metropolitana nos dois turnos das eleições.

Otto articulador
O senador Otto Alencar (PSD) tem se movimentado para atrair para a base de Lula senadores do chamado “Centrão”. Desde que foi confirmada a vitória do ex-presidente, o senador tem dialogado com colegas no parlamento federal para diminuir os “estragos” pela eleição de grandes bancadas que apoiam o atual presidente Jair Bolsonaro. As negociações para a aprovação de um estouro no teto orçamentário – ainda que não contem com os componentes da próxima legislatura – já é considerado um teste para os articuladores do governo Lula no Congresso, entre os quais Otto tem ganhado destaque.

A recompensa do “líder”
É consenso que a chegada de Geraldo Júnior (MDB) à chapa de Jerônimo Rodrigues deu um “up” na campanha do petista que, até mesmo entre alguns correligionários, era vista como “para cumprir tabela”. Em alguns momentos, a atuação de Geraldinho, segundo as prolíficas “rádios corredores”, era vista como exagerada a ponto de ofuscar a figura do cabeça da chapa. A vitória veio, e os emedebistas e geraldistas esperam uma recompensa portentosa.

Reprodução/ Instagram

As anotações de Fábio
O ex-secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, era visto como um dos favoritos do MDB para a eleição à Câmara dos Deputados. O médico contava com pelo menos 200 mil votos, mas teve pouco mais de 35 mil. O ex-secretário andava inclusive com anotações com os nomes das lideranças que lhe dariam os votos necessários; traições, descumprimento de acordos podem explicar o resultado muito abaixo do esperado.

07 de novembro de 2022, 15:39

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