segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Rapidinhas: Otto e a eleição na UPB, as aventuras de Coronel em Praia do Forte e o líder zangado com a imprensa

Foto: Divulgação

Alberico Gómez e equipe

Semana decisiva

A semana começou decisiva na disputa pela presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB). Prefeitos baianos eleitos e reeleitos em outubro estão em Brasília desde ontem (18) e até esta terça-feira (19) para participar de um seminário promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Dois deles deverão ter, hoje, uma reunião com o senador Otto Alencar (PSD) para avançar em torno de um consenso: Augusto Castro (PSD), de Itabuna, e Phellipe Brito (PSD), de Ituaçu, ambos reeleitos este ano e candidatos ao comando da entidade.

Largar o osso

Otto, que preside o PSD da Bahia, não está disposto a “largar o osso” e entregar a eleição da UPB de bandeja para o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), que é muito próximo do senador Jaques Wagner (PT). Acha que o partido dele, que mais uma vez elegeu o maior número de gestores municipais no Estado, merece seguir dirigindo a entidade, hoje capitaneada pelo prefeito de Belo Campo, Quinho Tigre (PSD). Assim que houver o consenso dentro de “casa”, Otto vai entrar em campo fortemente.

Blefe ou matemática?

Augusto Castro, por sinal, aproveitou o evento da CNM para tentar demonstrar força na candidatura para presidência da UPB. Posou para foto ao lado de vários prefeitos eleitos ou reeleitos da região sul da Bahia, entre eles os de Ibicuí, Salomão, Itaju do Colônia, Elder Fontes, Coaraci, Miltinho, Camamu, Irmão Jairo, Jussari, Orleans, Ibirapitanga, Jé, Buerarema, Gel, Floresta Azul, Bambu e Almadina, Marciel. Garante já ter o apoio de quase 100 gestores. Phellipe apresenta um número fechado: 172.

Ministro do consenso

Quem também promete entrar em campo na disputa pelo comando da UPB é o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Ele recebeu ontem (18), em Brasília, Phellipe Brito e avisou que vai trabalhar para que haja uma candidatura única à presidência da entidade. Com isso, Rui também busca se fortalecer para 2026, quando planeja concorrer ao Senado na chapa à reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O ministro não quer que o senador Ângelo Coronel (PSD), de quem atualmente é aliado, mas que no futuro pode ser adversário, assuma sozinho a defesa do municipalismo.

Presença surpresa

Por falar em Coronel, ele recebeu, no final de semana, em Praia do Forte, uma série de lideranças do interior, já mirando em 2026. Uma das visitas foi a da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), aliada de ACM Neto (União). Ela deixou, inclusive, de viajar a Londres, na Inglaterra, para um intercâmbio promovido pelo União Brasil (all inclusive). No lugar dela, embarcou a prefeita eleita de Lauro de Fretas, Débora Régis, da mesma sigla. Também foram ACM Neto, o prefeito reeleito de Salvador, Bruno Reis (União), e o gestor eleito de Feira de Santana, José Ronaldo (União).

Coronel no União

Ao contrário do que aliados do governo do Estado andaram espalhando a partir do encontro entre Coronel e Sheila, está descartada a possibilidade de a prefeita de Vitória da Conquista trocar o União Brasil pelo PSD. O objetivo da aliada de ACM Neto foi, segundo apurou a coluna, buscar o apoio político do senador para enfrentar a ação movida pelo PT contra ela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da qual pode perder o mandato – a acusação é de que Sheila estaria indo para o terceiro mandato consecutivo, uma vez que a mãe foi prefeita antes. “No cenário atual, é mais fácil Coronel ir para o União Brasil para ser candidato à reeleição no Senado”, brincou o deputado estadual Tiago Correia (PSDB).

Água da peste

Ainda sobre Coronel, o senador desfilou de “ubercicleta” pelas ruas de Praia do Forte no final da semana passada junto com o advogado Ademir Ismerim, especialista em direito eleitoral. O detalhe é que o condutor do veículo, segundo o próprio parlamentar, “estava comendo uma água da peste”. Com o humor que lhe é peculiar, Coronel afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que, apesar disso, encarou o trajeto sem medo.

Birra com a imprensa

Líder do governo na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) fez o maior lobby, por meio da assessoria, para ser eleito pela imprensa um dos quatro destaques parlamentares de 2024, em votação que aconteceu na semana passada. O petista, no entanto, acabou apenas na sexta colocação, atrás do deputado Vitor Azevedo (PL) e dos vencedores do prêmio: Alan Sanches (União), Marcinho Oliveira (União), Tiago Correia (PSDB) e Adolfo Menezes (PSD). Rosemberg nunca ganhou o prêmio, o que é um dos motivos para não ter muita paciência com jornalistas, ou vice-versa.

Espaço de peso

O PL cobra do prefeito eleito de Feira de Santana, José Ronaldo (União), um espaço de relevância no novo governo. O partido considera que foi decisivo para a vitória sobre o candidato do PT, o deputado federal Zé Neto, oferecendo tempo de televisão, além de ter retirado a candidatura do deputado federal Capitão Alden, que nunca foi, de fato, para valer. Presidente do PL na Bahia, João Roma deve conversar com José Ronaldo assim que o prefeito eleito retornar de Londres. Quem deve assumir um posto na gestão municipal da Princesa do Sertão é o presidente municipal da legenda, Raimundo Júnior.

Cair para cima

Se tem alguém em quem Jerônimo não pretende mexer na reforma administrativa é o chefe de Gabinete, Adolpho Loyola (PT), que, embora muito próximo de Wagner, se tornou um dos principais interlocutores políticos do morador do Palácio de Ondina. Um aliado do governador disse à coluna que Loyola “só cai se for para cima”, ou seja, assumindo uma outra função na gestão. Mas a margem de manobra, nesse caso, é restrita, porque Jerônimo gosta do trabalho de articulação política do chefe de Gabinete, que poderia migrar para a pasta das Relações Institucionais. Os dois, por sinal, foram flagrados lanchando em um posto de combustíveis durante uma viagem ao interior.

19 de novembro de 2024, 10:14

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