Réu em ação sobre tentativa de golpe, policial federal baiano diz que era “fã” de Alexandre de Moraes
Da Redação
O policial federal baiano Wladimir Matos Soares, um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo que apura a tentativa de golpe de Estado durante o governo Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira (28) que “era fã” do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada durante depoimento prestado ao STF, que concluiu nesta segunda a fase de interrogatórios dos 31 réus envolvidos na trama golpista. As informações são do Estadão.
“Eu era muito fã dele porque, quando eu estudei Direito, foi pelo livro dele”, disse Soares, ao lembrar de sua formação acadêmica. O agente também afirmou que trabalhou em eventos de grande porte e que integrou a equipe de segurança de Moraes durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
Conhecido entre os colegas como “Mike Papa”, Wladimir Soares é acusado de integrar o chamado “núcleo 3” da organização investigada. Segundo a PGR, ele teria repassado informações sigilosas sobre a equipe de segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a militares envolvidos no plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha como objetivo assassinar o chefe do Executivo. Ainda de acordo com o Estadão, o grupo também teria arquitetado os assassinatos do ministro Alexandre de Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Os integrantes desse núcleo são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de bem tombado.
Natural de Salvador, Wladimir foi criado no bairro de Roma, na Cidade Baixa, e acumulava 22 anos de atuação na Polícia Federal. Moradores da Rua Raimundo Bizarria, onde ele viveu, relataram ao Estadão que admiravam sua trajetória na corporação.
