Sérgio Vaz lança “Coração de Criança Não Morre” na Flip 2025

Da redação
O poeta e ativista cultural Sérgio Vaz lança seu novo livro, Coração de Criança Não Morre, pela Global Editora, com estreia nacional programada para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A participação na Flip marca não apenas o lançamento do título, mas também o reconhecimento institucional e crítico da trajetória de Vaz como uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea. A obra será lançada simultaneamente nos formatos impresso, e-book e audiolivro, ampliando seu alcance e acessibilidade.
Coração de Criança Não Morre apresenta uma narrativa híbrida que atravessa o conto lírico, a memória e a crônica poética. Aos 60 anos, Sérgio Vaz propõe um reencontro simbólico com a criança que foi, crescida na periferia paulistana, em uma trama marcada por reflexões sobre o tempo, a infância, a perda, os afetos e o papel vital da literatura. Com sua linguagem direta, o autor constrói um texto que emociona e convida à reflexão sobre a infância como território de resistência e a poesia como forma de sobrevivência.
“Pensei esse livro para ser o primeiro de pessoas que nunca leram. Então, decidi contar a minha história, uma vivência que muita gente vai se identificar. Na quebrada, a maioria das pessoas que conheço não tem pai. Eu sou um caso raro, porque fui abandonado pela mãe. E essa falta me marcou por toda a vida. Esse cara achou que estava pronto ‘voltar ao passado’ e cuidar daquela criança abandonada. Mas ele se surpreende, porque a criança também o ensina muita coisa. O adulto também se cura por meio das palavras, da poesia”, explica o autor.
“Quando se tem pouca coisa para ser feliz, ser criança é o melhor remédio para suportar as lembranças que vão nos atormentar na vida adulta”, escreve o Vaz logo na abertura do volume, sintetizando seu tom confessional e transformador. A obra também se insere no campo da healing fiction — ou literatura de cura — ao elaborar experiências traumáticas e afetivas de forma poética, oferecendo ao leitor um espaço de reconexão com suas próprias memórias e dores.
O projeto gráfico e as artes do livro são assinados por Mauricio Negro, artista paulistano reconhecido internacionalmente por seu trabalho vinculado a temáticas indígenas, ecológicas e identitárias. Com inspiração na cultura de rua e na vivência urbana, os elementos visuais dialogam com a trajetória e a estética de Sérgio Vaz, reforçando o caráter popular, vibrante e de resistência da narrativa.
Considerado um dos principais nomes da poesia periférica brasileira, Sérgio Vaz é o criador da Cooperifa, movimento cultural que há mais de duas décadas transformou um bar da periferia de São Paulo em espaço de valorização da palavra, democratização da literatura e fortalecimento comunitário. Sua atuação rendeu-lhe prêmios como o Trip Transformadores, o Prêmio Governador do Estado de São Paulo e o reconhecimento como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil, segundo a revista Época.