STJ teve reunião secreta para falar de venda de sentença, diz colunista
Da Redação
A notícia de que a Polícia Federal está investigando um esquema de venda de sentenças por servidores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) mudou a rotina dos ministros da Corte. Na segunda-feira (7), o presidente do tribunal, Herman Benjamin, reuniu os colegas para tratar do assunto. A portas fechadas, ministros choraram e se espantaram com a história por duas horas.
A revista “Veja” divulgou na última quinta-feira (3) que a Polícia Federal apura sob sigilo a negociação de sentenças judiciais em quatro gabinetes da Corte. A coluna confirmou a informação. Fonte com acesso à investigação informou que não pesa qualquer suspeita contra ministros do STJ.
A jornalista Carolina Brígido, colunista do Portal UOl, informa que o caso não foi instruído em um inquérito, mas em procedimento administrativo disciplinar – uma espécie de investigação preliminar que não permite mandado de prisão ou busca e apreensão contra os suspeitos.
Segundo as investigações, um funcionário envolvido no esquema se chama Márcio e atuou no gabinete da ministra Isabel Gallotti. Depois, foi transferido para o gabinete da ministra Nancy Andrighi. Teria negociado decisões judiciais nos dois postos.
Ainda segundo as apurações, o funcionário atuava no STJ havia 20 anos e passou por oito gabinetes no período. Na reunião com os ministros, Nancy Andrighi chorou ao falar do assunto e, segundo pessoas presentes, estava “arrasada”. Outros ministros demonstraram indignação e total apoio aos colegas citados no caso. A reunião começou às 17h30 e seguiu até 19h30.
Também segundo investigadores, Márcio tem passaporte português e está sem contato com o STJ desde sexta-feira (4), dia seguinte à publicação da “Veja”. A hipótese é de que esteja escondido. O processo administrativo dele é o único concluído até agora. Clique aqui para ler a coluna completa da jornalista Carolina Brígido no Portal UOL.