Tarifa de Trump pode encarecer em até 30% insumos de saúde importados pelo Brasil e pressionar SUS
Da Redação
A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado americano pode ter reflexos diretos na área da saúde no Brasil. Estimativas apontam que o impacto sobre os insumos hospitalares pode chegar a 30%, caso o governo brasileiro opte por responder com medidas semelhantes, por meio da chamada Lei da Reciprocidade.
Hoje, o Brasil importa cerca de US$ 9 bilhões anuais em insumos de saúde, sendo quase US$ 2 bilhões provenientes dos Estados Unidos. Esses produtos abastecem principalmente hospitais públicos, estaduais, Santas Casas e unidades ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Especialistas do setor alertam que uma eventual substituição dos fornecedores norte-americanos não ocorreria de forma rápida. O processo de homologação de novos fabricantes requer registros sanitários, validações técnicas, certificações laboratoriais e capacitação de profissionais — um ciclo que pode se estender por até dois anos.
Aumento de custos e risco de desabastecimento são apontados como os principais riscos para a rede pública, caso a taxação leve à interrupção ou redução do fornecimento.
O anúncio da sobretaxa foi feito por Trump em 9 de julho, como parte de uma política mais ampla de retaliações comerciais a países do bloco do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ao justificar a medida, o ex-presidente alegou perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado no Brasil por uma série de crimes.
