Trump pede investigação contra frigoríficos por suposta manipulação de preços da carne nos EUA
Da Redação
O governo dos Estados Unidos determinou investigação do setor de processamento de carne após reclamações sobre a alta nos preços ao consumidor. Em comunicado, o Departamento de Justiça (DOJ) informou que apura se grandes frigoríficos coordenaram preços ou restringiram capacidade, práticas que configurariam violação das leis antitruste.
Quatro empresas foram citadas nominalmente no documento presidencial e do DOJ: JBS (do Brasil), Cargill, Tyson Foods e National Beef — grupos que, segundo o governo americano, hoje respondem por cerca de 85% do processamento de carne bovina no país (ante 36% em 1980).
O presidente Donald Trump usou as redes sociais para acusar as empresas de “conluio ilícito, fixação e manipulação de preços” e pediu apuração rápida. Segundo ele, embora o preço do gado vivo tenha caído 0,61% em outubro, o preço da carne embalada segue subindo, indicando possível distorção entre custo ao produtor e preço final ao consumidor. Dados citados apontam que os preços do gado ainda estão 23,5% acima do mesmo período do ano passado.
A nota oficial do DOJ afirma que a investigação visa “erradicar qualquer conluio ilegal, restaurar a concorrência justa e proteger a segurança alimentar”. A JBS, destacada por Trump como “a maior processadora de carne do mundo”, já investiu US$ 835 milhões nos EUA em 2025, segundo o texto.
Analistas e atores do setor destacam que a concentração de mercado cresceu nas últimas décadas e que a investigação pode examinar tanto práticas de precificação quanto decisões sobre capacidade produtiva. O anúncio também ocorre em clima político tenso: Trump mencionou, indiretamente, a compra de carne argentina pelo governo como contexto para críticas ao setor.
O DOJ não informou prazo para conclusão das apurações; as empresas citadas poderão ser chamadas a prestar esclarecimentos e a investigação poderá resultar em sanções caso sejam confirmadas práticas anticompetitivas.
