Rapidinhas: não é mera troca de nome, mas controle da PF
Davi Lemos
A até então especulada saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) após o anúncio da troca do comando da Polícia Federal pelo presidente da República Jair Bolsonaro – Moro foi comunicado hoje na saída de Maurício Valeixo – é somente um novo capítulo sobre a já desgastada relação entre o ex-juiz e o capitão reformado. Não se trata de mera troca de nomes, mas de desejo de Bolsonaro de controlar a PF.
Mais especulações
Ainda no campo das especulações, noticiou-se que Moro pensa em pedir demissão caso seja confirmada a saída de Valeixo. As ações da PF estariam incomodando o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente que é investigado em suposto esquema de rachadinhas no gabinete, quando ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro. A chegada de novos apoios do famigerado Centrão – os condenados no Mensalão Roberto Jefferson e Waldemar da Costa Neto, por exemplo – seriam também mais um motivo para o enfraquecimento do ex-juiz que embarcou no governo com status de super ministro.
Escolha
Ainda segundo bastidores, Moro aceitaria permanecer na pasta caso indicasse o sucessor de Valeixo. Haveria já nomes apresentados pelo ministro. A troca do comando da PF pelo presidente seria um claro descumprimento da promessa feita ao ex-juiz de que ele teria completa autonomia para montar sua equipe. O enfraquecimento de Moro implicaria ainda o enfraquecimento da bandeira do combate à corrupção, um dos principais motes de campanha de Bolsonaro em 2018.