sábado, 27 de abril de 2024

O futebol brasileiro em 2023 – por Manuel Arantes

Foto: Reprodução

Manuel Arantes

Quem apostou que o maior vexame do futebol brasileiro em 2023 foi o “cavalo paraguaio” selado do Botafogo perdeu.

O time que liderou o Brasileirão por 31 das 38 rodadas, que colocou 14 pontos de frente para o 2° colocado – novo recorde do futebol brasileiro -, e trocou cinco vezes de técnico ao longo da competição, teve seu vexame superado, pasmem, pela própria CBF.

A Confederação Brasileira de Futebol tem conseguido protagonizar nos últimos dias do ano alguns capítulos de uma guerra judicial entre os velhos cartolas apegados ao poder e tudo indica que a entidade máxima do futebol brasileiro vai começar 2024 com presidente interino nomeado pela Justiça do Rio de Janeiro.

Some-se a esse quadro lamentável, a campanha vexatória que a Seleção Brasileira de Fernando Diniz vem fazendo pelas Eliminatórias da Copa de 2026 e a tragicomédia de um suposto acordo feito pelo ex-presidente Ednaldo Rodrigues com o técnico italiano Carlo Ancelloti, atualmente à frente do poderoso Real Madrid.

Mesmo com uma banca repleta de advogados caros, de luxo, Ednaldo Rodrigues não tem conseguido retornar ao comando da CBF, quem dirá garantir a manutenção de um frágil acordo com um dos maiores técnicos do futebol atual.

Quem deve estar rindo dessa situação da CBF é o dono da SAF do Botafogo, o norte-americano John Textor, que comprou publicamente a briga com Ednaldo Rodrigues – a quem deu o adjetivo carinhoso de “corrupto”.

É, senhoras e senhores, 2023 foi um ano de muitos vexames – teve ainda o do Santos no ano da morte do Rei Pelé -, mas não foi um ano monótono.

Por outro lado, brilharam as estrelas do bicampeão Palmeiras, do garoto Endrick, do veterano Suárez, do São Paulo na Copa do Brasil, do Fluminense na Libertadores, do Vitória na Série B e até do Bahia conseguindo ficar na Série A.

E olha que ainda faltam 15 dias para o ano acabar. Nestes últimos dias de 2023, ainda será possível torcer para que o Fluminense do mesmo treinador Fernando Diniz não dê vexame no Mundial de Clubes.

Que venham o Al-Ahly do Egito e o Manchester City da Inglaterra. Verdadeiros testes de fogo para Diniz e para o elenco do Fluminense.

Só depois disso 2023 pode acabar. Um ano tão especial que reserva até o fim um espaço para a alegria ou para o lamento.

Manuel Arantes é cronista esportivo desde 1958.

16 de dezembro de 2023, 21:28

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