Rapidinhas: A ‘confirmação’ de Geddel, Coelba na berlinda e a indignação contra o STF
Davi Lemos
Confirmou?
O ex-deputado federal Geddel Vieira Lima (MDB), articulador e comentarista da cena política baiana, ironizou uma declaração do deputado Elmar Nascimento (União Brasil) sobre a carência de nomes petistas para a disputa da Prefeitura de Salvador e, nas entrelinhas, cravou Geraldo Jr. como nome do grupo liderado pelo PT para disputar as eleições contra Bruno Reis, correligionário de Elmar. “O meu amigo Elmar, de inimigo do PT e ajudante de ordens de Bolsonaro, virou um conhecedor profundo do PT e aliado capaz de usar estrelinha. O que uma boquinha não fizer mais nada faz”, escreveu o emedebista, no Instagram. E profetizou: “vai levar ferro dessa vez do 15 com o 13 e em 26 volta a levar do 13 com o 15”. Se o nome for do 15, ou seja, do MDB, a aposta é no vice-governador.
Aborto
O debate sobre o aborto avança no Supremo Tribunal Federal e também no Congresso Nacional, onde parlamentares ligados a setores mais conservadores acusam o Judiciário de avançar sobre temas exclusivos do legislativo, e, na Bahia, não faltam opinantes. A Defensoria Pública da Bahia, por exemplo, em recente postagem no Instagram, defendeu o aborto e a ampliação da rede de atenção a mulheres que, atualmente, realizam abortos clandestinos. “Percebemos o aborto como um assunto que afeta a vida de mulheres e de pessoas que gestam, independente de estado civil, raça, escolaridade, classe social e crença religiosa”, diz o texto da Defensoria. Nesta segunda-feira (2), na Câmara Municipal de Salvador, uma sessão proposta pelo vereador Alexandre Aleluia (PL) também debate a questão, mas sob a ótica pró-vida. Setores contrários ao aborto entendem que uma liberação indiscriminada do aborto até a 12ª semana pode acarretar até em eugenia.
Conselhos
A eleição de membros dos Conselhos Tutelares foi alvo de uma atenção até pouco tempo não observada. Neste ano, não foram poucos os comentários e defesas para que questões religiosas não fossem determinantes para escolha dos membros; em âmbito nacional, ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, defendeu que religiosidade não deve interferir na condução dos trabalhos nessas unidades que devem fiscalizar o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente antes de obedecer à Bíblia, Alcorão, Torá, etc. Os candidatos ligados a igrejas conseguiam chefiar parcela considerável dessas unidades e, em muitos casos, segundo leituras mais à esquerda, usavam os cargos para proselitismo religioso.
Coren
Por falar em eleição, este fim de semana também contou com as eleições do Conselho Regional de Enfermagem, com vitória das chapas 3 e 4, de oposição à atual gestão. O enfermeiro Davi Apóstolo conseguiu unificar a atuação de técnicos e enfermeiros, o deu condições de vitória que, diga-se, foi bastante apertada. Entre os enfermeiros, a chapa 3 obteve 5.820 contra 5.489 votos da chapa situacionista. Entre os técnicos, foram 9.483 votos para a chapa 4 contra 9.440 da chapa 1. As candidaturas de oposição tiveram que vencer até a suposta propagação de fake news em redes sociais, inclusive com apresentação de denúncia na Polícia Civil. As chapas vencedoras dizem querer renovação com responsabilidade.
Coelba
Com a candidatura a prefeito de Salvador esfriando frente ao cada vez mais confiante e cacifado Geraldo Júnior, o deputado estadual Robinson Almeida (PT), apoiado pela bancada do partido, resolveu bater forte na Coelba e defendeu a não renovação de contrato da concessionária em 2027. “A Coelba tem sido um entrave para o desenvolvimento econômico da Bahia. É um exemplo de privatização que não funcionou”, discursou o petista, na semana passada, na Assembleia Legislativa. Só não ficou clara qual a proposta do parlamentar: se é a chamada reestatização da companhia, que ainda poderia ser controlada pelo Grupo Neoenergia por mais 30 anos, ou se defende a entrada de outro grupo concessionário.
Avanços do Supremo
Até então discreto, o deputado José Rocha (União Brasil) foi um dos parlamentares baianos que fez um dos discursos mais duros contra a alegada intromissão do Supremo Tribunal Federal sobre temas que seriam de competência do Legislativo. “Nós não aceitamos isso. Não podemos admitir que outro poder venha interferir nas decisões desse poder que representa o povo brasileiro, aqui na Câmara dos Deputados. Eu vim aqui reafirmar o nosso posicionamento de dar um basta nesta atitude do Supremo de legislar em questões relacionadas às decisões desta Casa”, bradou Rocha. O deputado é um dos que assinaram PEC que permite a derrubada de decisões do STF: os outros são Adolfo Viana (PSDB), Capitão Alden (PL), Claudio Cajado (PP), João Carlos Bacelar (PL), Leur Lomanto Júnior (União), Otto Alencar Filho (PSD), Roberta Roma (PL) e Paulo Azi (União).
Prefeitos
Os prefeitos baianos vão nesta terça e na quarta-feira (3 e 4) para Brasília protestar, com pires na mão, contra a diminuição de repasses aos municípios. Durante a semana, vídeos de prefeitos viralizaram em grupos de WhatsApp, muitos dos quais dizendo que não pretendem demitir pessoal em virtude da crise financeira. “O FPM, que tivemos o terceiro mês seguido de queda, é só um dos problemas. Temos uma série de programas federais com repasses defasados, a alíquota patronal do INSS que taxa os municípios como se fossem empresas e uma dívida previdenciária enorme, que vem inviabilizando as gestões municipais”, disse o presidente da UPB, prefeito Quinho de Belo Campo.
Azuis e vermelhos
Em Camaçari, o aniversário de 265 anos da cidade serviu como parâmetro para que petistas e governistas buscassem ver quem tem mais força e votos para as eleições municipais de 2024. Nas páginas de Instagram de Luiz Caetano (PT), secretário estadual de Relações Institucionais e provável pré-candidato a prefeito, e Antônio Elinaldo (União), que tenta eleger o sucessor, a batalha foi para ver quem reuniu mais gente segundo as fotos. Não faltaram imagens aéreas com multidões de azul e de vermelho. Mas a revelação que vai importar mesmo é a de outubro de 2024, quando houver a abertura das urnas. No final, o aniversário do município foi o que menos importou.
