domingo, 28 de abril de 2024

Rapidinhas: A conta que não fecha, deputados ausentes e o conselho para Rui

Foto: Divulgação

Davi Lemos

A conta que não fecha
O que era uma celebração pela conquista de um importante apoio – a filiação do presidente Carlos Muniz ao PSDB – agora é motivo de preocupação na base do prefeito de Salvador, Bruno Reis. Alvo dos carinhos do governador Jerônimo Rodrigues (PT), cujo partido deseja o Thomé de Souza como há muitas eleições não se via, investe pesado para conquistar Muniz e, de quebra, o PSDB. Nacionalmente, tucanos e petistas estão em rota de encontro e, no estado, o PT não deve querer “lá e cá” de novos apoiadores, a exemplo do que ainda ocorre com o PP, com cargos na prefeitura da capital e promessa de cargos na máquina estadual.

Quero mais!
Os tucanos não escondem, nos bastidores, que desejam mais espaço na gestão de Bruno, principalmente após perderem a Secretaria da Educação que foi comandada por Marcelo Oliveira por dois anos. Na Assembleia, Jerônimo quer o apoio dos três deputados tucanos – Jordávio Ramos, Pablo Roberto e Tiago Correia. Eles desejam pavimentar a reeleição em 2026. Mas não parece tão longe? Mas as tratativas que envolvem os projetos de reeleição dos parlamentares passam por não apoiar a reeleição de Bruno no ano que vem. Por isso, segundo aliados do prefeito da capital, a conta pode não fechar.

Ascom/Tiago Correia

Freijoada
Não só de más notícias sobre a insegurança, o risco aos turistas e frequentadores locais vive o Centro Histórico de Salvador. No próximo domingo (28), o Largo do Cruzeiro de São Francisco deve ficar pequeno para quem quiser ir à Freijoada realizada pelos religiosos do tradicional convento franciscano ali instalado. Até a Prefeitura de Salvador compartilhou vídeo dos religiosos que, numa paródia do hit Macarena, convidam os fiéis e os apreciadores de um bom feijão a ir ao evento que precede a Trezena em Honra a Santo Antônio. O post do Instagram da Prefeitura já tinha mais de 18 mil curtidas; foi realmente uma notícia boa ver a alegria dos frades e o interesse pelo Pelourinho de forma leve, quando ao mesmo tempo, Salvador foi surpreendida pelo arrombamento por duas vezes da Igreja da Ajuda, cujo púlpito foi lugar de sermões do Padre Vieira.

O sextou dos deputados
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes (PSD), chegou no horário para a abertura da sessão desta segunda-feira (22). Abriu os trabalho e, logo em seguida, encerrou por falta de quórum. Apenas a deputada Olívia Santana estava no plenário – o sextou dos deputados durou até esta segunda. Adolfo vem fazendo críticas aos parlamentares pela ausência constante às sessões; na semana passada, chegou a ameaçar o corte de ponto e demonstrou insatisfação pela quantidade de justificativas de ausência apresentadas na Casa. Mas parece que os deputados não ouvem muito bem os clamores de Adolfo. E viva São João, que já está chegando.

O desemprego e a ponte
O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, após a hibernação pós-derrota eleitoral, voltou com sede e parece que não descansará nas críticas ao atual ocupante do Palácio de Ondina, Jerônimo Rodrigues. Nesta segunda, Neto voltou a cobrar o andamento das obras da ponte entre Salvador e Itaparica, prometidas ainda por Jaques Wagner para ser concluída em 2013 e que, agora, a atual governador não vê como possível de entregar até 2026. No fechamento da semana passada, o líder do União Brasil apontou os índices de desemprego. Apontar os erros do petismo baiano já foi uma estratégia em eleições passadas e o resultado não foi positivo. Em entrevista na semana passada, o presidente do PL na Bahia, João Roma, disse que a desconstrução necessária a ser feita na Bahia deve mirar Lula. Será que Neto ouvirá o compadre?

Secretários candidatos
Chama a atenção o protagonismo que secretários pré-candidatos a prefeito nas eleições de 2024 vêm tomando nos atos das prefeituras às quais prestam serviço. Em Camaçari, o ex-prefeito e atual gestor do Trânsito na cidade, Helder Almeida, tem sido figura onipresente. Em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste do Estado, os holofotes ficam sobre o secretário de Governo, Danilo Henrique. Mas as coisas costumam ser assim mesmo: Bruno já foi o super-secretário de ACM Neto; Dilma, a super-ministra de Lula. E a história se repete.

A diferença
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem sendo alvo de muito “fogo amigo” de colegas no Planalto e no Congresso Nacional. Dentre as fraquezas do petista, estaria a inabilidade para dialogar com o parlamento, o jeito de querer passar por cima, como um trator, quando deveria buscar diálogo; tudo tem virado munição contra o ex-governador. Um governista baiano, também deputado estadual sob o governo Rui Costa, diz que o petista estava acostumado a ser bajulado, uma vez que tinha o poder da caneta. Dada a fala do deputado, talvez fosse hora de Rui recorrer à leitura de um clássico de Plutarco: “Como diferenciar o bajulador do amigo”. Parece que o Rui Correria, personagem que funcionou na Bahia, não “dá liga” em Brasília.

Estratégia de mestre
Chamou a atenção, quando os deputados estaduais votavam o reajuste de 4% para os servidores públicos, a estratégia do deputado estadual Leandro de Jesus (PL) de tomar o “lugar de fala” e perguntar à base de Jerônimo na Casa se ela votaria contra os “homens pretos”, que são a maioria do funcionalismo público, ao aprovar aumento que não garantiu a reposição sequer da inflação. No dia em que os governistas deixaram a missão de defender a proposta somente para o líder Rosemberg Pinto (PT), não apareceram nomes para fazer contraponto a Leandro de Jesus, que fez memória de seu nascimento em Tancredo Neves, bairro pobre de Salvador, e para o fato de também ser negro. Funcionou, apesar do aumento concedido.

22 de maio de 2023, 19:17

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