quinta-feira, 2 de maio de 2024

Rapidinhas: A jogada de mestre, aposta dobrada e a reforma (ou não) de Jerônimo

Foto: Divulgação

Davi Lemos

Mestre Geddel
A declaração do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) foi, à primeira vista, recebida como um escanteamento do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), que deseja ser confirmado como candidato do grupo do governador Jerônimo como pré-candidato a prefeito de Salvador. Geddel pressionou, Jerônimo não gostou, mas o ex-ministro e o irmão dele, Lúcio, quase conseguiram já definir no fim de semana o nome do MDB para disputar o Thomé de Souza. De fato, os irmãos Vieira Lima foram os artífices da reeleição de João Henrique em 2008, quando o ex-prefeito já vinha de uma baixa aprovação no primeiro mandato.

Dobrou a aposta?
Mas, ao que tudo indica, Geddel e Lúcio criaram uma sinuca para Jerônimo. “A definição do nome de Geraldinho ficou patenteada e, após a reunião de ontem, fica difícil encontrar uma justificativa para voltar atrás”, disse um governista. A questão é que Lúcio e Geddel não estão dispostos a abrir mão da pré-candidatura em Vitória da Conquista, onde querem manter Lúcia Rocha como pré-candidata. Também recorde-se que, em Conquista, o MDB saiu vitorioso em 2020, com Herzem Gusmão – a atual prefeita Sheila Lemos assumiu o comando da cidade após a morte do emedebista, em 2021, vítima da Covid-19.

Secretariado não muda
Em coletiva à imprensa nesta segunda-feira (18), o governador Jerônimo Rodrigues salientou qual será o único motivo para haver reforma no secretariado: eleições. Por enquanto, somente Luiz Caetano deve deixar a pasta das Relações Institucionais para disputar as eleições em 20245, em Camaçari. Chamou a atenção de quem acompanhou a coletiva o fato de que Jerônimo anunciou que marcaria um café da manhã com jornalistas para ouvir deles opiniões e apresentar um balanço do primeiro ano da gestão.

Elmar
Quem deve ter uma atuação “low profile” nas próximas eleições municipais é o deputado federal Elmar Nascimento, que foi reconduzido à liderança do União Brasil na Câmara. O parlamentar que o apoio de todo mundo na Bahia – de ACM Neto a Bruno, de Jerônimo a Rui, passando por Wagner – para se cacifar como nome forte para suceder Arthur Lira a partir de fevereiro de 2025. Então, ninguém espere que Elmar suba em palanques para xingar candidatos opositores do União Brasil; aliás, em 2022, Elmar xingou Lula e há petistas e aliados dos petistas que não esquecem; um dos que torcem para que ninguém esqueça é Adolfo Menezes, presidente da Assembleia.

Amigos, amigos…
Quem não confunde política com amizade é o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB). Na mesma semana em que apostou que Bruno Reis vence no primeiro turno, declarou que a amizade com Geraldo Júnior continua. Firme e forte? Se Geraldinho contrariar os prognósticos e vencer as eleições, a amizade ficaria ainda com força a partir de 2025? É esperar para ver.

Evangélico ou católica?
Bruno Reis só tem mesmo um “porém” para definir sua chapa: a vice ou o vice. O secretário da Infraestrutura Luiz Carlos (Republicanos) continua trabalhando para que o partido dele ganhe mais espaço com a indicação para a vice. O alvo das pretensões republicanas seria, mais uma vez, o PDT e Ana Paula Matos. E tem estrategista no grupo de Jerônimo que quer aproveitar uma possível briga entre PDT e Republicanos para puxar um dos dois para a base do governador. Caberá a Bruno a escolha entre o evangélico Luiz Carlos e a católica Ana Paula. A expectativa é que a escolha, sem trocadilhos, não infernize a base em Salvador.

Paz em Feira
Onde PT e MDB já estão com os planos alinhados, ao menos aparentemente, é em Feira de Santana. Lá, Zé Neto (PT) caminha para ser o candidato do grupo de Jerônimo e, nesta segunda-feira (18), o parlamentar postou no Instagram foto de encontro com os caciques do MDB, Geddel e Lúcio. A atual gestão emedebista na cidade, com Colbert Filho, não está somente mal avaliada; está desalinhada da direção estadual do partido. Portanto, ao MDB resta apoiar o candidato petista. Parece que a conversa de Geddel com o ex-prefeito José Ronaldo não passou de contato inicial mesmo. Era só pressão para abrir caminhos na capital? Pelo visto, sim.

18 de dezembro de 2023, 20:06

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